São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Cadeia blinda piso de celas para evitar fuga

Chapa de aço cobre concreto reforçado

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A blindagem de duas celas da Cadeia Pública de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) deverá ficar pronta hoje, após a concretagem do piso. Das 18 celas da cadeia, duas já estão blindadas e, agora, serão quatro.
Iniciado há quatro meses com ajuda da iniciativa privada e da prefeitura, o processo de blindagem consiste na colocação de chapas de aço no piso, que são cobertas com 15 cm de concreto usinado (mais resistente).
O diretor da cadeia, Oswaldo de Souza, 53, disse que o objetivo da blindagem é evitar fugas de presos por meio de túneis. "Não vamos impedir as fugas, mas dificultá-las. Os presos ficam 24 horas por dia bolando formas de fugir daqui."
Não há previsão de quando a obra da blindagem vai terminar. Souza disse que a dificuldade é distribuir os presos em outras celas durante a obra.
Cada cela (de 18 m2) está abrigando de 20 a 25 presos. "Temos de apertar esses 25 presos em outras celas também já cheias."
Conhecida como "queijo suíço", por causa dos inúmeros túneis que são cavados diariamente sob as celas, a cadeia abriga hoje 362 presos. Sua capacidade é para comportar 108 presos.
Segundo Souza, os presos conseguem cavar um túnel de 20 metros em uma noite. "Com esse concreto velho que temos aqui, basta apenas os presos baterem no piso que já se forma um buraco", disse.
Ele não soube estimar quantos túneis existem na cadeia. "Eles cavam até uma profundidade de quatro metros para conseguir ultrapassar o cinturão de concreto que circunda a cadeia", disse.
Para fechar o túnel, é jogado concreto na entrada e saída do buraco, mas o "miolo", sob o cinturão, continua oco.
Os presos retiram a terra dos túneis e colocam dentro de pedaços quadrados de cobertores, amarrados nas pontas. São conhecidos como "porquinhos", que são então empilhados dentro das celas.

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