São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dow faz críticas ao acordo da Odebrecht

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Dow Química, principal concorrente da Odebrecht no setor petroquímico brasileiro, fez duras críticas ao acordo que garantiu direito de preferência ao grupo baiano, em associação com a Ultrapar, na aquisição das ações da Conepar (Companhia Nordeste de Participações).
A Folha apurou que a multinacional, com a nova situação, pode deixar a disputa pela Conepar.
Em nota oficial divulgada ontem, a empresa afirma que, "com o direito de preferência atribuído a um dos possíveis licitantes, independentemente da sua validade ou não, o leilão está prejudicado".
A Odebrecht, em associação com o grupo Ultra, anunciou anteontem que adquiriu, do banco da American Express, o direito de preferência sobre as ações da Conepar.
A Conepar é uma holding de participações no setor petroquímico que pertencia ao grupo Econômico. A empresa sofreu intervenção do Banco Central e será vendida até dezembro deste ano.
Quem comprar a Conepar poderá garantir, indiretamente, o controle acionário da maior central petroquímica do país, a Copene, em Camaçari (BA). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social está assessorando o BC na venda.
O direito de preferência adquirido pela Odebrecht e pelo grupo Ultra, por um valor não revelado, recai sobre as ações da Conepar que pertenciam ao antigo grupo Econômico (64% do capital votante).
A American Express Bank detém 36% do capital votante.
A Odebrecht também adquiriu a opção de compra das ações da American Express.
Ainda segundo a Dow Química, que já havia oficializado interesse na Conepar, "a nova situação implica a eliminação da essência do leilão, ou seja, da efetiva disputa entre os interessados que garante o melhor resultado".
A notícia do acordo também surpreendeu a Suzano, outra empresa que tem interesse na Conepar.
Segundo apurou a Folha, o BNDES está estudando alternativas para evitar que a Odebrecht e o grupo Ultra tenham vantagens na aquisição da Conepar.
Uma das alternativas seria a venda da Econômico S/A Empreendimentos, empresa que tem o controle acionário da Conepar.
O BNDES afirma que o leilão da Conepar só será realizado se todos os interessados tiverem chances iguais de adquirir a holding. Sem essa condição, o preço da empresa cairia, o que não é interesse do BC.

Texto Anterior: Motta chama vendedor de pistoleiro
Próximo Texto: Alencar quer "trocar" Passat blindado por carro da Peugeot
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.