São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997 |
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Bancos de investimento partem para varejo
VANESSA ADACHI
O Banco Pactual anunciou ontem seus planos para ingressar nesse segmento. O primeiro passo foi baixar de R$ 30 mil para R$ 5 mil a aplicação mínima em seus fundos de investimento. Há alguns anos, só quem dispunha de R$ 50 mil podia ser cliente do Pactual. Na semana passada, o inglês Lloyds Bank já havia anunciado estratégia semelhante, partindo para conquistar pequenos e médios investidores. O Lloyds também reduziu para R$ 5 mil a aplicação mínima em seus fundos. O piso anterior era de R$ 10 mil. Ambos os bancos querem partir para o varejo sem passar pela via tradicional das agências bancárias. "Nosso sistema de distribuição vai buscar caminhos alternativos. O cliente terá de fazer menos esforço", diz o presidente do Pactual, Luiz Cézar Fernandes. Os "caminhos alternativos" do Pactual são basicamente dois. A Internet e o telefone. O Banco Pactual está colocando em funcionamento um número de telefone para ligações gratuitas que dará informações de investimento 24 horas por dia. Numa segunda etapa, entrará em funcionamento o que os executivos do banco chamam de "Internet transacional". O termo é para deixar claro que todas as transações serão executadas via rede. "Será possível acessar os investimentos, fazer aplicações, comprar seguros, previdência e outros produtos", afirma Fernandes. Telefone Mas o banco avaliou que a penetração de computadores no Brasil ainda é muito baixa para atender aos seus planos de expansão. "Também vamos lançar um outro telefone em janeiro por meio do qual será possível comprar os produtos de seguro e previdência, além de crédito. Nesse caso, o preço dos produtos será debitado da própria conta telefônica", explica o presidente do Pactual. O Pactual pretende lançar o seu "smart card" -cartões que possuem um chip capaz de armazenar todo tipo de informação. Hoje, o Pactual tem 500 clientes e uma carteira administrada de R$ 4,2 bilhões. Com a implantação do novo projeto, a meta é conquistar 150 mil novos clientes e captar outros R$ 5 bilhões até a virada do milênio. O Lloyds, maior banco de varejo inglês, volta ao varejo brasileiro após anos de ausência e pretende atingir 20 mil clientes em 99. Hoje, o banco tem pouco menos de 3 mil clientes pessoa física, dos quais 1,7 mil são os chamados clientes de "grandes fortunas". Para atingir sua meta, o Lloyds, que possui apenas 11 agências no país, também optou pelo telefone. Investiu R$ 1 milhão para montar um "call center" e mais R$ 2 milhões em uma campanha publicitária. A idéia do banco é se diferenciar na prestação de serviço. Segundo Walter Brasil, diretor do Lloyds, a idéia é ter "especialistas de investimento cuidando de operações de varejo". Texto Anterior: Brahma vai distribuir produtos da Pepsi no país Próximo Texto: Brahma vai distribuir produtos da Pepsi no país Índice |
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