São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Descobridor de Willis lança Aniston

ADRIANE GRAU

ESPECIAL PARA A FOLHA, EM SAN FRANCISCO

Ninguém pode acusar o diretor Glenn Gordon Caron de não saber escolher com quem trabalha. Sua carreira começou na TV, quando descobriu Bruce Willis na série "A Gata e o Rato". Fazendo o caminho inverso, ele deu a Jennifer Aniston, a Rachel de "Friends", a chance de estrear na tela grande, em "Paixão de Ocasião".
Entre o seriado e seu novo filme, Caron acumulou traumas e inimigos. Não fala mais em Cybill Shepherd (a Maddie Hayden, de "A Gata e o Rato"), afirmando que ela mexeu os pauzinhos para despedi-lo da série. Com Warren Beatty, o caldo também entornou, depois que o ator reeditou "Love Affair - Segredos do Coração".
Mas o diretor também fez amigos. Segundo ele, que conversou com a Folha em Los Angeles, Bruce Willis batizou seu primeiro filho, Rumer Glenn, em homenagem a ele. "Debra Winger conheceu o marido, Aliss Howard, filmando meu 'Wilder Napalm' ('O Fogo da Paixão'), e tiveram um filho que queriam chamar de Wilder, acredite se quiser."
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Folha - Como você define o apelo de Aniston junto ao público?
Glenn Gordon Caron - Ela pode fazer coisas terríveis, sem que o público fique ressentido. No roteiro original, ela perde o emprego no final, como punição. Era um exagero e mudei. Decidimos fazer algo mais interessante.
Folha - "O Fogo da Paixão" foi um desvio de sua filmografia de comédias românticas e acabou sendo mostrado em apenas três cinemas. Por que você fez o filme?
Caron - Queria fazer as pessoas perderem as estribeiras, mas metade delas odiou o filme. Achei que teria que voltar a trabalhar num posto de gasolina.
Folha - Por isso volta agora à comédia romântica?
Caron - Depois que Warren Beatty insistiu comigo durante cinco anos para fazer "Love Affair" e, em seguida, me tirou o direito do corte final, quis fazer "Paixão de Ocasião". Precisava provar que ainda sei contar histórias sobre homens e mulheres.
Folha - O que aconteceu entre você e Cybill Shepherd?
Caron - Não nos dávamos bem durante as filmagens. Ela não gostava de trabalhar. Seu assistente me ligava às cinco da manhã já perguntando a que horas ela estaria livre. Quando abandonei o seriado, foi porque ela disse: "Ou ele ou eu". Não fico bem de salto alto, então fui embora.
Folha - Em compensação, a amizade com Bruce Willis ainda dura.
Caron - Bruce é um grande amigo. Não nos falamos muito porque ele vive entre Idaho e Los Angeles, e eu moro em Nova York. Ele só trabalha numa margem estreita de seu talento. Só quando tiver uns 60 anos e não puder fazer mais filmes de ação é que vai aceitar papéis que mostram o que ele tem de melhor.

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