São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Aniston estrela o doce e fraco 'Paixão de Ocasião'

DO "USA TODAY"

As melhores comédias românticas enjoam como excesso de champanhe. "Paixão de Ocasião", que estréia hoje, no entanto, é como uma batida. Doce e fraco, consegue apenas refrescar, como uma bebida de verão.
Embora longe de ser tão deslumbrante quanto, digamos, Julia Roberts, Jennifer Aniston tem charme o suficiente para ser encantadora, ao contrário do restante de seus colegas do seriado "Friends".
Nos pequenos detalhes de sua personagem, que parece ter sido criada sob medida para ela, Aniston mostra que não é apenas a portadora de famosos penteados.
A recente atriz de cinema sabiamente escolheu protagonizar uma trama que funciona como comédia. Para completar o quadro, Aniston é dirigida pela mão segura de Glenn Gordon Caron.
Em "Paixão de Ocasião", todo o problema de Aniston é não ter um namorado. As pressões começam em casa, com a mãe, que só pensa em vê-la casada. No trabalho, seu chefe não lhe dá a promoção tão cobiçada, por não acreditar que uma publicitária solteira, de 28 anos, tenha personalidade suficientemente forte para lidar com clientes exigentes. Para piorar, o homem por quem ela está apaixonada só se interessa por mulheres comprometidas.
Em vez de pensar que está sendo discriminada, Aniston e uma amiga arrumam uma solução ingênua: inventam um noivado para a publicitária.
A mentira funciona, e ela é promovida. Mas Kevin Bacon, o executivo que estimula suas colegas de trabalho a serem duronas e infiéis, começa a desconfiar da rapidez da mudança na vida de Aniston. A rede de mentiras se torna mais frágil quando Aniston tem que sustentar a história do noivado durante um jantar.
Como dá para perceber, esse é um filme "chique". O que significa que os livros de bolso de Aniston aparecem tão ostensivamente (e o tempo todo) que eles mereceriam integrar os créditos finais, como parte do elenco.
"Paixão de Ocasião" se concentra no trabalho de Aniston, com seu escritório funcionalmente decorado, e parece ter sido feito apenas como pretexto para que toda conversa entre mãe (Olympia Dukakis) e filha (Aniston) aconteça em salões de beleza ou telefones.
E não acredite, nem por um segundo, que o filme possa provocar nas adolescentes algum tipo de reflexão sobre honestidade e paixão. Elas estarão muito ocupadas copiando o penteado de Jennifer Aniston ou analisando o corpo de Kevin Bacon.

Tradução Denise Mota

Filme: Paixão de Ocasião
Produção: EUA, 1997
Direção: Glenn Gordon Caron
Com: Jennifer Aniston, Kevin Bacon, Olympia Dukakis, Jay Mohr
Quando: a partir de hoje, nos cines Top Cine 1, Lar Center 2, Aricanduva 1 e circuito

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