São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997 |
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Mestre Didi mostra esculturas inéditas Exposição está no MAM de Salvador CHRISTIANNE GONZÁLEZ
A mostra conta com 44 trabalhos produzidos desde a década de 80 -alguns já apresentados na última Bienal Internacional de Arte de São Paulo-, que medem entre 70 centímetros e 3 metros. As esculturas inéditas, com três metros de altura cada, mostram dois mitos afro-brasileiros relacionados com a terra: o Opá Exim (cetro de lança) e Iwin Igui Ola Nla (o espírito da grande árvore). Mestre Didi é um estudioso da cultura africana e fundador da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil e do Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira. Fiel a preceitos religiosos, o artista não costuma dar declarações públicas sobre sua obra. Mito Segundo sua mulher, a antropóloga Juana Elbein dos Santos, a exposição apresenta um conjunto artístico de inspiração mítica, que deve ser compreendido sob uma concepção contemporânea. "O mito é atemporal", disse Elbein. Segundo ela, todos os símbolos utilizados por Mestre Didi, a exemplo da serpente, são trabalhados em materiais ligados à terra. "Didi usa basicamente nervuras de palmeiras, que simbolizam os ancestrais. É como se eles estivessem na terra e brotassem na árvore, ganhando vida", explicou. As obras que integram a mostra "Poesia Mítica: Estética Contemporânea" custam entre R$ 1.500 e R$ 12 mil. A exposição encerra as comemorações dos 80 anos do artista. Para o próximo dia 14 de novembro estão previstos os lançamentos do livro biográfico ilustrado com fotos e do CD-ROM "Mestre Didi -Ancestralidade Africana no Brasil". Texto Anterior: Bechara expõe a inconstância Próximo Texto: Drumond explora a Mata Índice |
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