São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Militar pode ser processado

LÉO GERCHMANN
DE BUENOS AIRES

A Argentina está começando a mexer em um assunto que havia se tornado um tabu institucional nos últimos oito anos: os processos por privação ilegal de liberdade e destruição e ocultação de provas.
O fiscal federal (espécie de procurador-geral da República), Miguel Angel Osorio, pediu ao juiz Gustavo Literas que investigue cinco generais e dois almirantes por privação ilegal de liberdade e que investigue também, por ocultação de provas, a subsecretária de Direitos Humanos, Alicia Pierini, o ministro do Interior, Carlos Corach, o ex-ministro da Defesa Oscar Camilión, juízes e políticos.
O tema vinha sendo evitado pelos órgãos ligados à Justiça desde os indultos de 89 e 90.
A informação foi divulgada ontem pelo jornal "Página 12", com o destaque de que "pela primeira vez, desde os indultos, a Justiça argentina abre um processo penal pelos crimes da ditadura".
Corach disse não ser responsável pela ocultação das provas, que, segundo ele, foram destruídas pelos militares.
Por enquanto, apenas Espanha, França e Itália abriram processos contra militares argentinos envolvidos na ditadura.

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