São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 1997
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Informação equivocada; Verbas de publicidade; Coincidência; ISO 9002; Praias privadas

Informação equivocada
"A informação veiculada pela Folha em 22/10 e reiterada em editorial de 23/10, sobre um aumento de 39% na publicidade do governo e das estatais, é equivocada.
No cálculo dos gastos relativos a 96, o articulista esqueceu de computar as despesas do governo (cerca de R$ 115 milhões). Feita esta correção, e no suposto de que o gasto para 1997 venha a ser o indicado pela Folha, se houver algum aumento do gasto global em 97, será pequeno."
Sergio Silva do Amaral, secretário de Comunicação Social da Presidência da República (Brasília, DF)

Nota da Redação - Antes de contestar o jornal, o porta-voz deveria entender-se consigo mesmo. Procurado na véspera da publicação da reportagem, Sergio Amaral confirmou: os gastos com publicidade em 96 ficaram "em torno" de R$ 354 milhões. Depois, em entrevista, mudou para "quase R$ 400 milhões". Na carta, diz que foram esquecidos "R$ 115 milhões" que, somados aos R$ 354 milhões, totalizariam R$ 469 milhões. O texto da Folha se baseou em dados atestados por seis publicitários que atendem ao governo.

Verbas de publicidade
"Sobre a reportagem publicada em 22/10 tratando da propaganda do governo federal, gostaria de esclarecer que: a DenisonBrasil é uma empresa independente do grupo WPP, um grupo de comunicação que controla seis empresas diferentes no Brasil, inclusive a Standard Ogilvy & Mather."
Raul Cruz Lima, presidente da DenisonBrasil (São Paulo, SP)
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"A respeito do quadro que a Folha publicou em 22/10 com informações e números sobre as oito maiores contas do governo federal, informamos que a DenisonBrasil não é Ogilvy. É uma empresa do grupo WPP, que controla mais de cinco empresas no Brasil.
Uma rápida análise dos números da reportagem inviabiliza a afirmação de que a Standard Ogilvy & Mather 'pode receber R$ 20 milhões em 1997'."
Sérgio Amado, presidente da Standard Ogilvy & Mather (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Luís Costa Pinto - A Ogilvy tem dois contratos de publicidade com empresas do governo: um de R$ 16 milhões, com os Correios, e o outro de R$ 4 milhões, com o BNDES, perfazendo o total de R$ 20 milhões.

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos" abaixo.
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O compromisso com o leitor, de que a Folha com justa razão se orgulha, não lhe permitiria omitir, na reportagem de 22/10, aspectos positivos da administração e distribuição das verbas de publicidade do governo federal.
Por exemplo: nunca a distribuição de verbas foi tão democrática; mais de 40 agências de todo o Brasil hoje atendem contas do governo federal, a ponto de nenhuma delas ter conseguido, isoladamente, conquistar mais do que quatro contas.
Nunca as agências regionais (de fora do chamado eixo São Paulo/Rio) tiveram tantas oportunidades de prestar serviços ao governo federal.
Pela primeira vez na história da propaganda brasileira, contas do governo federal foram confiadas a agências multinacionais."
Rodrigo A. Sá Menezes, presidente da Propeg (São Paulo, SP)

Coincidência
"É coincidência em demasia que após manifestações de minha parte na defesa das prerrogativas do Poder Judiciário, sobre o projeto de lei do senador Roberto Requião, que trata do direito de resposta e a propósito da lei de imprensa -onde certamente a imprensa não reivindica privilégios- venha a Folha, em editorial, renovar fatos que me envolveram quando governador da Paraíba e fazer cobranças especificamente em relação a mim.
O fato se deu antes de minha eleição ao Senado. Mesmo assim, uma das primeiras providências que tomei, ao aqui chegar, foi apresentar proposta de emenda à Constituição que permitisse o processo de parlamentar, independentemente de licença, mesmo sabendo que a imunidade, tal qual a consagra o direito constitucional de qualquer país, é uma garantia do Parlamento e não do parlamentar.
Apresentei também proposta de emenda à Constituição para assegurar o julgamento de casos análogos ao comentado, pelo tribunal do júri, independente de privilégio de foro ou prerrogativa de função.
Já fui julgado e absolvido pelo povo de meu Estado, que me conferiu uma votação consagradora e uma eleição inédita para um ex-governador.
O processo poderia já estar arquivado -definitivamente arquivado- não fora a repentina e circunstancial modificação do entendimento jurídico a respeito, até então em voga nos tribunais, para diversos casos semelhantes.
Tenho assistido ao episódio, a despeito das injustiças que se me cometem, com a mesma resignação com que assisti e vivi a cassação de meus direitos políticos, por longos 12 anos, levando-me à advocacia em São Paulo e no Rio de Janeiro, e portanto fora do meu Estado de origem. Isso me valeu, inclusive, a condução ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por duas vezes. É a mesma resignação com que aguardo há 17 anos o julgamento do assassino de meu querido irmão Fernando Cunha Lima, então candidato a deputado federal, ocorrido de forma brutal no Rio de Janeiro.
Confio que, mesmo ainda não aprovado o projeto de lei do senador Roberto Requião, esta resposta merecerá o mesmo espaço dedicado ao editorial, cujo título maniqueísta não condiz com a linha deste conceituado jornal, até porque as discriminações são impróprias à modernidade e à consciência ético-jurídica nacional."
Ronaldo Cunha Lima, senador pelo PMDB-PB (Brasília, DF)

Nota da Redação - Em 1993, os deputados da Paraíba, na maioria governistas, não permitiram que o então governador Cunha Lima fosse processado por tentativa de homicídio. Se Cunha Lima estivesse de fato preocupado com a Justiça, teria orientado sua bancada de outra maneira -ou então renunciado. Em vez disso, o senador se faz de vítima, com desfaçatez e cinismo, para tentar esconder o fato de que atirou contra um adversário político indefeso.

ISO 9002
"Sinceros cumprimentos à Folha pela conquista do certificado de qualidade ISO 9002."
Ricardo Yazbek, presidente do Secovi-SP -Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (São Paulo, SP)

Praias privadas
"Praias e bens públicos não podem ser desafetados por particulares, em prejuízo da sociedade. Interessante que alguns órgãos públicos não saibam ou finjam não saber que as praias não podem ser fechadas para interesses particulares."
Manuel Morales (São Paulo, SP)

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