São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Liminar suspende demissão

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Uma liminar da Justiça garantiu a volta de Mário Ribeiro à presidência do Banco do Pará. Ribeiro reassumiu o gabinete por volta das 19h (horário de Brasília).
A liminar foi baseada na lei das Sociedades Anônimas e em resolução do Conselho Monetário Nacional, que determinam que um presidente de banco só pode ser trocado em assembléia extraordinária dos acionistas.
Anteontem, Ribeiro foi demitido pelo governador interino do Pará, Hélio Gueiros Jr.. Sem obedecer aos prazos definidos por lei, Gueiros Jr. nomeou a funcionária da carreira Maria Pereira Anijar para o cargo. Anijar tomou posse ontem de manhã, escoltada por PMs.
"É um absurdo. Em vez de ser empossada pelo Banco Central, ela foi empossada por um PM", disse o presidente demitido, enquanto esperava a decisão judicial.
O caso resultou na abertura de CPI contra o interino na Assembléia. "Por um ato do 'príncipe', o Banpará passa a ser um problema. Corre o risco de perda de credibilidade, clientes, patrimônio e de intervenção do BC", disse Ribeiro.
"A senhora que está lá é uma alienígena. Nenhum papel que ela assinar ou ordem dada terá valor", afirmou. "Além disso ela era funcionária operativa, um cargo um pouco acima do contínuo."
Procurada pela Agência Folha, Anijar não quis dar entrevista. "Nem pude entrar no banco, porque há escolta policial no gabinete. É bizarro, exótico", disse Ribeiro.

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