São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Bolsa cai 2,97% com R$ 1,4 bi de negócios

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro brasileiro viveu ontem o segundo dia de forte instabilidade, oscilando com as notícias que vinham do exterior. A Bolsa paulista fechou com queda de 2,97% e forte volume de negócios (R$ 1,4 bilhão), o dólar subiu na BM&F e os títulos da dívida do país recuaram 3% no exterior.
Ao longo do dia, o mercado chegou a demonstrar otimismo com a informação de que a Bolsa de Hong Kong, que detonou a crise nas Bolsas no dia anterior, se recuperara. A Bolsa paulista subia 2,5% e a impressão era que o pior já havia passado. Contribuía para isso o desempenho dos principais mercados europeus.
Quando a Bolsa de Nova York abriu em alta, o mercado paulista teve o seu melhor momento do dia e as ações chegaram a registrar valorização de 3,4%.
Assim que Wall Street fraquejou, o mercado brasileiro embarcou no pessimismo e a turbulência atingiu os mercados futuros de dólar e de juros, enquanto as cotações despencavam na Bovespa.
A Bolsa de Nova York encerrou a sessão com queda de 1,69%.
Um ameaço de recuperação ocorreu no início da tarde. A explicação, segundo operadores, veio na forma de um boato: instituições ligadas ao governo estariam comprando para evitar uma queda ainda maior das cotações.
Nos mercados futuros, as cotações recuaram um pouco no fim da tarde e encerraram o dia praticamente no nível do dia anterior.
Avaliação
Os próximos dias da Bolsa de Valores de São Paulo vão depender da abertura dos negócios na Ásia e em Nova York, na segunda-feira. Se a situação continuar ruim no exterior, será difícil saber qual o fundo do poço para as cotações no mercado paulista.
Essa é a avaliação de analistas ouvidos ontem pela Folha, que destacaram o fato de alguns bancos estrangeiros do exterior estarem reduzindo a participação do Brasil em sua carteira de ativos na América Latina. O ING Barings informou em Nova York que o Brasil vai ficar com 36,5% da carteira -antes detinha 38,4%.
Essa informação e os boatos de que alguns bancos de investimento estrangeiros estariam realizando fortes vendas acabaram agravando a situação das Bolsas brasileiras.

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