São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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'Já peguei a coisa estragada', diz Joel

Técnico deve continuar no futebol paulista

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A demissão do Corinthians tem pelo menos três aspectos positivos para Joel Santana: o recebimento de uma multa de R$ 800 mil, a recuperação do sono perdido, após duas noites em claro, e a tranquilidade de seu filho de 15 anos, que ficou arrasado ao ver seu pai hostilizado na derrota para o Fluminense.
Em entrevista no início da tarde de ontem, Joel afirmou não ser o responsável pela ameaça de rebaixamento que sofre o Corinthians. "Peguei o barco andando", justificou.
Quanto ao desemprego, mostrou-se confiante, dando a entender que seguirá no futebol paulista.
(JCA)
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Pergunta - Você sente que foi vítima de boicote por parte dos jogadores do Corinthians?
Joel Santana - Não quero nem pensar nessa possibilidade. Não quero pensar para não ficar maluco. Se soubesse que houve algo assim, ficaria magoado.
Pergunta - Por que não foi ao clube se despedir dos jogadores?
Santana - Porque poderia ficar emocionado.
Pergunta - Você daria alguma dica ao Candinho, que está assumindo o time nesta fase de turbulência?
Santana - Não vou dar linha para os outros empinarem. Eles que se virem.
Pergunta - Mais uma vez, a corda estourou do lado do técnico. O que acha disso?
Santana - É uma profissão de canibais. Todo mundo quer te comer.
Pergunta - Algum jogador te telefonou?
Santana - Por enquanto, ligaram o Ronaldo, o Neto e o Maurício (goleiro reserva).
Pergunta - Você, tido como um técnico vencedor, sente-se culpado pela situação do Corinthians?
Santana - Não fui eu quem começou essa história. Já peguei a coisa estragada e o que fiz foi tentar arrumá-la.
Pergunta - Como foi sua demissão? Foi por telefone?
Santana - Não. O Mansur (vice-presidente de futebol) veio até meu flat com o papo de que não queria estar me demitindo, mas estava sendo obrigado a fazê-lo. Mas foi o Corinthians que me demitiu, não o Excel.
Pergunta - E a situação de ficar sem clube?
Santana - Não fico nem 48 horas sem clube. Não vou mexer nas minhas malas.
Pergunta - Há chances de dirigir o São Paulo?
Santana - Houve um convite quando o Muricy caiu, mas na ocasião não foi possível aceitá-lo.
Pergunta - Há muita diferença entre o futebol no Rio e em São Paulo?
Santana - Em São Paulo é mais difícil. A pressão é maior.

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