São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Trabalhos não devem estar finalizados

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os visitantes que decidirem conhecer o Arte/Cidade 3 ainda hoje, no dia de sua abertura, correm o risco de encontrar muitos trabalhos ainda em fase de produção.
O atraso, causado em parte pela imprevisibilidade de uma programação de um megaevento como o Arte/Cidade 3, mas também pela chuva constante no início da semana, não preocupa Nelson Brissac Peixoto, responsável pelo acontecimento.
"Acho até bastante interessante que alguns trabalhos ainda estejam em andamento. Vai mostrar ao espectador que se trata de um 'work in progress'. São trabalhos que foram concebidos para o local e poderiam apresentar problemas", disse.
Às vésperas da inauguração, os operários trabalhavam dia e noite, o que não era possível até a semana passada, já que as instalações ainda não contavam com luz elétrica.
Alguns dos mais interessantes trabalhos, como os de Carlos Vergara, Cildo Meirelles, Patrícia Azevedo, Flávia Ribeiro, José Spagniol e da dupla Roberto Moreira e Marcelo Dantas tinham finalização garantida.
Além dos trabalhos dos 37 artistas e alguns projetos paralelos, o evento Arte/Cidade 3 contará com um programa de performances.
A primeira delas acontece hoje, às 18h, no prédio das caldeiras (subsolo das indústrias Matarazzo). O artista plástico emergente Maurício Ianês apresenta "Apófase", trabalho em que permanece estático durante duas horas, com uma fita isolante enrolada por todo o corpo.
O evento, orçado em US$ 4 milhões, acontece até 30 de novembro na Estação da Luz, Moinho Central (que tem acesso apenas de trem) e antigas indústrias Francisco Matarazzo. Neste último, haverá um estacionamento à disposição dos visitantes.
O trajeto será feito em um trem concebido e reformado especialmente para o evento. O "kino trem" remete aos trens usados na União Soviética nos anos 30, quando os governantes locais perceberam que trem e cinema eram os únicos meios disponíveis para a integração ideológica e territorial da gigantesca nação. Entrada do evento e passeio de trem são grátis.
A presença do "kino trem" nos trilhos da cidade é tão marcante que obrigou as companhias ferroviárias que colaboram com o projeto -CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos), Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.) e RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.)- a se adaptarem e até alterarem o uso de alguns ramais pelo público usuário.

LEIA MAIS sobre Arte/Cidade 3 à pág. 4-5

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