São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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FLN volta como segunda força

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

Independentemente da apuração de uma eventual fraude, a FLN (Frente de Libertação Nacional) despontou da eleição local argelina como uma força renascida.
Fundada em 1954 no Egito pelo legendário Ahmed Ben Bella, a FLN buscou no discurso socialista-terceiro-mundista um padrão. Do exílio, lançou a guerra da independência contra a França.
A vitória veio em 1962, quase 2 milhões de baixas depois. A FLN virou o partido único do país -até hoje seu nome oficial é República Democrática e Popular Argelina.
Em 1989, após um ano de protestos e com o colapso comunista mundo afora, a FLN rendeu-se ao multipartidarismo. Os fundamentalistas, que agiam na Argélia desde a década de 20, ganharam força.
Em 1990 e 1991, a frente foi humilhada nas eleições locais e legislativas. Nas últimas, os islâmicos da FIS (Frente Islâmica de Salvação) levaram 188 cadeiras do Parlamento no primeiro turno, contra apenas 15 para a FLN.
A fim de evitar a quebra de seu poder, os militares deram um golpe de Estado antes do segundo turno daquelas eleições -no qual apenas 20 cadeiras dariam à FIS o poder de escolher o primeiro-ministro argelino.
A FLN praticamente desapareceu. Em 1995, ligou-se ao governo de Liamine Zeroual, o que lhe rendeu o terceiro lugar na eleição parlamentar de junho passado.
Agora, nas eleições locais, sua ligação com o novo poder parece ter confirmado o retorno daquele que já foi um dos modelos dos esquerdistas brasileiros dos anos 70. (IG)

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