São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Demissão tem adesão baixa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os programas de demissão voluntária implantados por 13 Estados obtiveram a adesão de 104.375 servidores públicos, equivalentes a 3,54% dos 2.947.587 servidores desses Estados.
Os dados são do Fórum Nacional de Secretários da Administração com base em informações colhidas até julho deste ano.
Os programas de demissão foram incentivados pelo governo federal por meio de empréstimos da Caixa Econômica Federal.
O maior índice de adesão foi registrado em Alagoas. Conforme o relatório, o Estado tem 45.496 servidores e 20.500 optaram por aderir ao programa. O Estado gasta 78% de suas receitas com despesas de pessoal.
A adesão em Alagoas também foi grande porque os salários dos servidores públicos estavam atrasados havia oito meses em julho.
Hoje, esse atraso é menor porque houve empréstimos do Tesouro Nacional e está em andamento um plano de assistência ao Estado, coordenado pelo governo federal.
As menores adesões proporcionais aconteceram no Espírito Santo (906 pessoas ou 1,28% dos 70.610 servidores), em São Paulo (14.800 ou 1,44% dos 1.020.962 servidores) e em Pernambuco (3.102 ou 1,88% dos 164.345 servidores).
Mesmo com a adoção de programas de demissão voluntária, as despesas dos Estados com o pagamento de pessoal ainda continuam elevadas. Na média, os gastos dos 27 Estados com pessoal equivalem a 70% de sua receita.
O Programa de Desligamento Voluntário do governo federal também obteve uma adesão pequena: apenas 10.581 pessoas ou 1,93% dos 546 mil servidores.
Depois dos cancelamentos, o governo federal demitiu somente 9.179 servidores.
O economista Raul Velloso disse ontem que a melhor maneira de o setor público reduzir seus gastos é diminuir as despesas não-financeiras (pessoal, pensão e aposentadoria dos inativos, por exemplo).
Especialista em finanças públicas, Velloso fez anteontem uma palestra para os integrantes do Conselho de Reforma do Estado do Ministério da Administração Federal.
O ministério, chefiado por Luiz Carlos Bresser Pereira, é responsável pelo programa de demissão do governo federal.
Para ele, o governo precisa encontrar um forma de financiar seus gastos com inativos e pensionistas.

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