São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Comprar livro é mais difícil do que comprar cocaína; As 62 obras que fizeram a cabeça do mundo; Esta é a lista dos livros e dos espaços vazios nas estantes

ELIO GASPARI

Comprar livro é mais difícil do que comprar cocaína
O último número da revista norte-americana "Foreign Affairs" publicou uma curiosidade intelectual. Comemorando 75 anos, ela deu aos seus leitores uma lista de 62 livros que, pelo julgamento de um grupo de professores, fizeram a cabeça do mundo a partir de 1922. Nela estão os suspeitos de sempre ("A Teoria Geral do Emprego", de Lord Keynes, as memórias do general francês Charles De Gaulle, a história da Segunda Guerra, de Winston Churchill) e algumas novidades ("Casa-Grande & Senzala", de Gilberto Freyre, e "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", de FFHH).
Uma pesquisa feita pela estudante de jornalismo Renata Cafardo trouxe uma revelação para o meio cultural e universitário brasileiros: a lista ensina que a cabeça das bibliotecas públicas nacionais está ficando vazia.
As quatro maiores bibliotecas públicas do país (Universidade de São Paulo, Biblioteca Nacional, Senado e Universidade de Campinas), que interligam acervos com quase 10 milhões de volumes, têm entre 21 e 37 das obras listadas. Faltam livros óbvios. Ninguém tem as memórias do ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger. A Unicamp não tem "A Segunda Guerra Mundial", no catálogo eletrônico. A USP e o Senado não têm "O Diário da Guerrilha Boliviana", do Che Guevara. A Biblioteca Nacional não tem "Nós, o Povo", a brilhante reportagem dos historiador inglês Timothy Garton Ash sobre a Revolução de 1989 em Varsóvia, Budapeste, Berlim e Praga. As estantes de FFHH batem a biblioteca do Senado. Ele tem 25, e ela 21, escapando por pouco de ser alcançada pelo professor Antonio Delfim Netto, que tem 18.
À primeira vista, seria mais um caso de má qualidade do serviço público e das universidades. Ou então, falta de verbas, culpa do neoliberalismo. Os bibliotecários brasileiros são reconhecidos internacionalmente como gente preparada. O que há aí é um caso em que prevalece uma política pública ignorante. Acompanhá-la é um passeio pela avenida da inépcia.
Primeiro deve-se levar em conta que poucas bibliotecas do mundo passam com nota 10 nesse tipo de teste. A da Universidade de Columbia passa, mas, na de Yale, faltam dois livros, o de Garton Ash e uma das melhores histórias da Revolução Russa.
Dos 62 títulos, só 27 foram traduzidos para o português. Destes, só 19 estão em todas as quatro instituições. O buraco negro está nos livros estrangeiros. Dos 23 que faltam às quatro bibliotecas, todos estão em inglês. Numa época em que tanto se fala dos milagres da civilização (ou da quebradeira) asiática, a lista tem dez livros relacionados com a região. Faltam cinco a todas as bibliotecas.
Para uma pessoa que corre atrás desse tipo de obra, as compras são feitas de forma simples. Entram na Internet, vão a uma livraria eletrônica, pedem o livro, deixam o número do cartão de crédito, esperam três semanas e acabou-se.
No serviço público brasileiro, a compra de um livro é regulada pelo Código de Contabilidade Pública (de 1922, quando só um dos livros da lista estava escrito). Ele equipara o livro às cadeiras, como "bem material permanente". A Lei das Licitações, de 1986 (quando a Internet mal existia), determina que a compra de bens permanentes seja feita por licitações. Para um sujeito se habilitar, precisa de quase cem documentos.
Como as licitações são complexas, as bibliotecas se vêem obrigadas a comprar livros por lotes. Criou-se assim o livreiro-fornecedor-do-governo.
Se a direção de uma biblioteca quiser comprar as memórias de Kissinger, terá uma briga pela frente. Abrirá a licitação e pagará uma taxa de serviços bancários. O Banco do Brasil começa a conta em US$ 50 (mesmo que o livro custe US$ 30). Já o Banespa deixa por US$ 10. Entre o início do processo e a chegada do volume, passam-se pelo menos três meses. Se tudo isso fosse pouco, está estabelecido que um livro comprado nesse labirinto custa em torno do dobro de seu preço de capa. (Isso para não falar do volume da Bienal de Frankfurt, recentemente licitado num pacote em Brasília, que foi cotado a US$ 65 por um fornecedor e a US$ 650 por outro).
Como os funcionários são sempre suspeitos, é mais fácil ligar uma biblioteca pública a uma rede de traficantes de drogas do que à rede mundial de computadores. (Enquanto isso, um aditivo de contrato para a plataforma P-26 da Petrobrás, custou US$ 56 milhões, ervanário superior ao total das aquisições de todas as bibliotecas universitárias brasileiras).
É verdade que muitos professores preferem comprar revistas especializadas para seu consumo a abastecer as estantes com livros para os alunos. Também é verdade que há épocas de verbas magras (coisa de que não se queixam a USP e a Unicamp) e que tudo isso deságua numa falta de política de compras.
O esvaziamento das bibliotecas é produto de um sistema perfeitamente controlado pela burocracia. Não funciona e custa o dobro, mas está dentro das normas. FFHH assegura que gostaria de acabar com a maluquice. Quer mudar a Lei das Licitações e é capaz de tentar resolver o problema por meio de uma medida provisória.

As 62 obras que fizeram a cabeça do mundo
Abaixo, e na página seguinte, estão os 62 livros listados pela revista "Foreign Affairs". Como qualquer lista, ela serve mais para alimentar uma boa conversa do que para dizer a última palavra a respeito dos livros que fizeram a cabeça do mundo. Seus próprios editores reconhecem que falta o "Minha Luta", de Adolf Hitler. Justificaram-se dizendo que os livros deviam ter qualidade, e ela lhe faltou.
A lista se divide em blocos e contém dois critérios. Um, regional. Outro, temático. Cada bloco foi selecionado por um acadêmico. Francis ("O Fim da História") Fukuyama selecionou as obras políticas. O professor Kenneth Maxwell, autor do melhor livro sobre a Inconfidência Mineira ("A Devassa da Devassa"), escolheu seis obras para o hemisfério ocidental, bairro onde fica Pindorama.
A lista tem pelo menos dois desequilíbrios. Um deles é apontado por FFHH: "A França está sub-representada, sobretudo pela ausência de Raymond Aron e Jean-Paul Sartre. Acho que falta também a obra do cárcere do filósofo italiano Antonio Gramsci". De um bloco ele não reclama e ri: "O da América Latina está muito bem escolhido".
Deu-se um peso excessivo aos autores norte-americanos (perto da metade). Somando-se a eles os ingleses, tomam dois terços da produção. Ficou de fora, por exemplo, "O Segundo Sexo", da francesa Simone de Beauvoir.
A segunda distorção tem um leve cheiro de panelinha. Henry Kissinger (cria do Council on Foreign Relations, instituição que edita a revista) entrou com três obras. Duas delas são seus livros de memórias. Tudo bem, mas só entraram as memórias de guerra do general De Gaulle e suas reminiscências políticas são melhores que as do segundo volume de Kissinger. Na mesma linha, o professor Samuel Huntington foi citado duas vezes, com livros que são significativos, mas dizem a mesma coisa.
O Terceiro Mundo não passou fome. Entraram dez autores, produzindo um estranho retrato da vida do intelectual nessa parte do mundo. Cinco se meteram em revoluções ou em movimentos de independência. (Mao Tse-tung na China, Gandhi na Índia, Jomo Kenyatta no Quênia, Che Guevara em Cuba e Walter Rodney na Guiana.) Uma boa notícia para os intelectuais do pedaço: quatro governaram seus países (Gandhi, Mao, Kenyatta e FFHH). Agora a má notícia. No Terceiro Mundo, e só nele, matam-se autores de livros significativos: Guevara, Gandhi e Walter Rodney.
Essa lista não deve ser conferida com predisposição depressiva. Ninguém leu esses livros todos. Quem tiver lido (ou passado os olhos com algum respeito) em dez deles, está muito mais perto da luz do que da treva. Levando-se em conta que só há 27 obras traduzidas para o português, quem tiver cinco em sua biblioteca, estará muito bem, obrigado.
A utilidade da lista não está em azucrinar uma pessoa por não ter lido o livro do professor Roy Mottahedeh sobre a revolução iraniana, mas em fazer saber que a obra existe, e é boa.

Esta é a lista dos livros e dos espaços vazios nas estantes
Os livros que foram traduzidos estão listados pelos seus títulos em português. Se o título está em inglês, ele não foi traduzido.
TODAS: As 4 bibliotecas têm o livro.
NENHUMA: Nenhuma das quatro tem.
(Na maioria dos casos os resumos se basearam nas sinopses da "Foreign Affairs".)

- Política
(Seleção de Francis Fukuyama)
. TODAS
"1984", de George Orwell. Trabalho de ficção. Mostra o mundo governado pela tirania do Grande Irmão.
. TODAS
"Capitalismo, Socialismo e Democracia", de Joseph A. Shumpeter. Clássico econômico. Diz que o socialismo não funciona, mas prevê o fim do capitalismo.
. TODAS
"A Segunda Guerra Mundial", de Winston Churchill. A história da guerra, contada pelo primeiro-ministro inglês que a venceu.
. A Unicamp tem
"Moral Man and Immoral Society (Homem Moral e Sociedade Imoral)", de Reinhold Niebuhr. Escrito em 1932. Visão realista, e nova, da moralidade cristã.
. TODAS
"Ordem Política nas Sociedades em Mudança", de Samuel Huntington. Sustentava (em 1968) que os países em desenvolvimento precisavam de ordem, antes de qualquer outra coisa. Não teria importância se ela fosse ditatorial.
. TODAS
"O Mundo Restaurado", de Henry Kissinger. A política do primeiro ministro austríaco Metternich na Europa pós-napoleônica. Um hino ao realismo político, com brilhantes perfis dos personagens da época.

- Economia, Assuntos Sociais e Meio Ambiente
(Selecionados por Richard Cooper)
. TODAS
"A Teoria Geral do Emprego", de John Maynard Keynes. Revolucionou o pensamento econômico. Abriu o caminho para que os governos estimulassem o crescimento com políticas orçamentárias. Poucos livros tiveram sua influência.
. A USP tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Plano Beveridge", de William Beveridge. Escrito em 1941, influenciou o pensamento político inglês e é considerado a semente do Estado do Bem-Estar.
. TODAS
"O Caminho da Servidão", de Friedrich von Hayed. Pai das teorias contra a intervenção do Estado. Poucos livros foram tão patrulhados.
. TODAS
"Introdução à Análise Econômica", de Paul Samuelson. O melhor e mais estudado manual de economia política de todos os tempos.
. A USP tem
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Primavera Silenciosa", de Rachel Carson. A bióloga americana descobriu e descreveu os efeitos malignos dos inseticidas sobre as lavouras. E um dos marcos fundadores dos estudos ecológicos. Na época, foi uma grande surpresa.

- Hemisfério Ocidental
(Seleção de Kennety Maxwell)
. A USP tem
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Sons of Shaking Earth (Filhos de uma Terra Agitada)", de Eric Wolf. Grande trabalho de antropologia, arqueologia e história sobre a Guatemala e o México.
. TODAS
"Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre. Estudo essencial para a compreensão da sociedade brasileira antes da imigração européia do século 19.
. A USP tem
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Política Econômica na América Latina", de Albert Hirschman. Estudo das políticas econômicas do Brasil, Colômbia e Chile. Publicado em 1963, criticava a idéia de que no fim tudo se resolve e, com uma revolução, resolve-se ainda mais depressa.
. A USP tem
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"The Keys to Latin America (As Chaves da América Latina)", de Frank Tannenbaum. Um dos primeiros autores de esquerda a ver em Fidel Castro um caudilho de roupa nova.
. TODAS
"Dependência e Desenvolvimento na América Latina", de FFHH e do chileno Enzo Falletto. Fez a cabeça de uma geração de estudiosos da América Latina. Hoje não faz mais, nem a de FFHH.
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"O Diário da Guerrilha Boliviana", de Che Guevara. É o melhor retrato do tamanho do sonho guerrilheiro e do seu trágico fim.

- Estados Unidos
(Seleção de David Hendrickson)
. A USP tem
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"A Política Exterior dos EUA", de Walter Lippmann. Publicado durante a guerra, condenava o isolacionismo norte-americano e previa a criação de uma comunidade atlântica. Lippmann era jornalista, pai de todos os babalaôs do gênero.
. A USP tem
. O Senado tem
"American Diplomacy (Diplomacia Americana)", de George Kennan. O autor foi o principal formulador da teoria da contenção do poder soviético e nesse livro defende uma ação diplomática mais voltada para o mundo real do que para as leis e a moral.
. A Unicamp tem
"The Tragedy of American Diplomacy (A Tragédia da Diplomacia Americana)" de William Appleman Williams. É o primeiro livro de um norte-americano sustentando que a Guerra Fria era muito mais um produto da diplomacia dos EUA do que da ação da União Soviética.
. NENHUMA
"The Best and the Brightest (Os Melhores e os Mais Brilhantes)", de David Halberstam. Um retrato cruel da elite de assessores que cercavam o presidente John Kennedy. Publicado durante a guerra do Vietnã, descasca o mito de "Camelot".
. NENHUMA
"The White House Years (Os Anos na Casa Branca)" e "The Years of Upheavel (Os Anos Conturbados)", de Henry Kissinger. São os dois volumes das memórias do ex-secretário de Estado norte-americano. O primeiro é um clássico para o estudo dos bastidores do poder e das maquinações burocráticas. O segundo é banal e, sobretudo, defensivo.
. A USP tem
. A biblioteca Nacional tem
"Union Now: A Proposal for Federal Union of Democracies of the North Atlantic (União Agora: Uma Proposta para uma União Federal das Democracias do Atlântico Norte)", de Clarence Streit. Proposta radical em defesa de uma Federação Atlântica de Nações, com um só governo.

- Europa Ocidental
(Seleção de Stanley Hoffmann)
. A USP tem
. A Biblioteca Nacional tem
"O Deus que Falhou", de Richard Crossman. Coletânea de depoimentos de intelectuais que foram comunistas porque sonhavam com a igualdade e se viram no pesadelo da ditadura. Entre eles, Arthur Koestler.
. TODAS
"Em Face do Extremo", de Tzvetan Todorov. Um estudo sobre o comportamento dos prisioneiros em campos de concentração nazistas.
. A USP tem
"The Grande Illusion", de Jean Renoir. Hoffmann divertiu-se e botou um filme na lista. Feito em 1937, com Jean Gabin, mostra a vida de um grupo de franceses aprisionados pelos alemães na Primeira Guerra.
. TODAS
"Memórias de Guerra", de Charles De Gaulle. A história da luta de um coronel para reerguer um país. De Gaulle, que acreditava na sua própria grandeza, suspeitou ter escrito nesse livro as últimas páginas da grandeza da França.
. NENHUMA
"Germany - 1866-1945 (Alemanha)", de Gordon Craig. Magnífica história do período em que a Alemanha foi do esplendor ao desastre.
. A USP tem
. O Senado tem
"The Uniting of Europe (Unindo a Europa)", de Ernst Haas. Uma defesa da unidade européia quando ela era menor que o Mercosul e mal conseguia integrar o comércio de aço e carvão.

- África
(Seleção de Gail Gehart)
. A USP tem
"The Dual Mandate in British Tropical Africa (A Dualidade do Mandato Inglês na África Tropical)", de Sir Frederic Lugard. Lugard governou a Nigéria para Sua Majestade. Defesa definitiva do colonialismo. Publicado em 1922.
. A Unicamp tem
. A USP tem
"Facing Mount Kenya (De Frente para o Monte Quênia)", de Jomo Kenyatta. Obra de antropologia sobre os costumes de uma tribo africana e as desgraças do colonialismo. O autor foi o primeiro presidente do Quênia livre do domínio inglês.
. A USP tem
. A Unicamp tem
. O Senado tem
"Condenados da Terra", de Frantz Fanon. Manifesto anticolonialista de um psiquiatra martiniquenho que viu a Guerra da Argélia. Fez a cabeça de Glauber Rocha.
. A USP tem
. O Senado tem
"A África Começa Mal", de Rene Dumont. Agrônomo francês, Dumont avisou, em 1962, que a África Livre ia à breca.
. NENHUMA
"Accelerated Development in Sub-Saharan Africa: An Agenda for Action (Desenvolvimento Acelerado na África do Sub-Sahara - Uma Agenda para Ação)", do Banco Mundial. Também conhecido como "Relatório Berg", saiu em 1981. Seu autor foi o economista americano Elliot Berg. Ele criou um conjunto de obrigações ("ajustes estruturais") para os governos africanos que quisessem dinheiro do Banco Mundial. Coisas como reformas cambiais, privatizações, cortes de subsídios e redução do Estado. Os governos tentaram, muitos deles caíram, e até hoje a maioria dos países está esperando pelo crescimento.
. A Unicamp tem
. O Senado tem
"How Europe Underdeveloped Africa (Como a Europa Subdesenvolveu a África)", de Walter Rodney. Nasceu na Guiana inglesa, onde fez política e foi assassinado. Seu recado é tão simples como o título. A pobreza é produto da exploração.

- Ásia e Pacífico
(Seleção de Donald Zagoria)
. A USP tem
. A Unicamp tem
"The Religion of China e The Religion of India (A Religião da China e A Religião da Índia)", de Max Weber. Os dois livros mostram Weber como um precursor da literatura da modernização, perguntando-se o que leva alguns países a progredir e outros à estagnação.
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Red Star over China (Estrela Vermelha sobre a China)", de Edgar Snow. Preciosa reportagem, escrita em 1937, 12 anos antes da entrada dos comunistas em Pequim. Ainda é uma das melhores fontes para o conhecimento da vida de Mao Tse-tung.
. A USP tem
. A Biblioteca Nacional tem
"Memórias", do Mahatma Gandhi. A vida do homem que libertou a Índia do domínio inglês.
. NENHUMA
"Conquest of Violence: The Gandhian Philopsophy of Conflict, (Conquista da Violência: A Filosofia do Conflito em Gandhi)", de Joan Bondurant. A doutrina da não-violência.
. NENHUMA
"Gandhi: Prisoner of Hope (Gandhi, Prisioneiro da Esperança)", de Judith Brown. Uma das melhores biografias de Gandhi.
. NENHUMA
"East Asia: Tradition and Transformacion, (Leste da Ásia - Tradição e Mudança)", de John Fairbank, Edwin Reischauer e Gordon Craig. O que há de melhor para se entender de onde saiu a tigrada asiática.
. NENHUMA
"After Imperialism: The Search for a New Order in the Far East (Depois do Imperialismo: A Busca por uma Nova Ordem no Extremo Oriente)", de Akira Iriye. Um estudo sobre a história da região entre os anos 20 e 30.
. NENHUMA
"The United States and China (Os EUA e a China)", de John Fairbank. Relato das relações entre os dois países, indo até 1982.
. A USP tem
. A Unicamp tem
"The Japanese Today: Change and Continuity (Os Japoneses Hoje: Mudança e Continuidade)", de Edwin Reschauer e Marius Jansen. Reischauer foi embaixador em Tóquio. Oferece a melhor visão geral da sociedade japonesa escrita por um ocidental.

- Oriente Médio
(Seleção de William Quandt)
. NENHUMA
"The Emergence of Modern Turkey (O Surgimento da Turquia Moderna)", de Bernard Lewis. Narrativa do fim do Império Otomano e do aparecimento do Estado secular turco.
. A USP tem
"Arabic Thought in the Liberal Age - 1798-1939 (O Pensamento Árabe na Era Liberal)", de Albert Hourani. Publicado em 1962, esse livro revolucionou o conhecimento do mundo árabe.
. NENHUMA
"The Venture of Islam (A Ventura do Islã)", de Marshall Hodgson. Tem três volumes e é difícil até na linguagem. É uma revisão da história do Islã.
. TODAS
"O Oriente como Invenção do Ocidente", de Edward Said. Uma pancada na cabeça dos preconceitos de boa parte dos acadêmicos que se denominam "orientalistas". Saiu em 1978.
. NENHUMA
The Mantle of the Prophet: Religion and Politcs in Iran (O Manto do Profeta: Religião e Política no Irã)", de Roy Mottahedeh. Uma história da Revolução Iraniana a partir da vida narrativa do processo educacional de um religioso.

. URSS e Europa Oriental
(Seleção de Robert Legvold)
. NENHUMA
"How Russia is Ruled (Como a Rússia é Governada)", de Merle Fainsod. Publicado em 1953, ensinou exatamente o que o título oferecia.
. A USP tem
. A Unicamp tem
"História da Rússia Soviética", de Edward H. Carr. São 14 volumes. É a melhor história do período, sem concessões satanizadoras.
A Biblioteca Nacional tem
"The Russian Revolution", de William Chamberlin. Como John Reed ("Dez Dias que Abalaram o Mundo"), Chamberlin viu o que contou. É uma obra mais detalhada, com a vantagem de ter sido escrita depois da ascensão de Stálin.
. NENHUMA
"The Soviet Bloc (O Bloco Comunista)", de Zbigniew Brzezinski. O primeiro livro do pós-guerra a explorar as brigas internas do mundo comunista.
. A USP tem
. A Unicamp tem
. O Senado tem
"Nós, o Povo: A Revolução de 1989", de Thimoty Garton Ash. Preciosa reportagem do historiador inglês, que conhecia muitos personagens de sua obra.

. Assuntos militares, científicos e tecnológicos
(Seleção de Eliot Cohen)
. TODAS
"Da Guerra", de Carl von Clausewitz. Manual de tática e estratégia militares. Caso típico de provincianismo da lista. Escrito em alemão no século 18, foi selecionado porque foi traduzido para o inglês em 1976, como se Clausewitz fosse uma bela adormecida esperando um príncipe.
. NENHUMA
"Selected Military Writtings (Escritos Militares Escolhidos)", de Mao Tse-tung. É a fonte de todas as teorias de guerra de guerrilha que se espalharam pelo mundo.
. NENHUMA
"Makers of Modern Strategy: Military Thought from Macchiavelli to Hitler (Os Criadores da Estratégia Moderna - O Pensamento Militar de Maquiavel a Hitler)", de Edward M. Earle. Considerado o primeiro trabalho a organizar o pensamento estratégico moderno.
. A USP tem
"Analysis of Militar Decisions (Análise das Decisões Militares)", de Edward Quade. Livro com vários colaboradores, todos projetando cenários (errados) de uma guerra nuclear.
. A Unicamp tem
. A Biblioteca Nacional tem
"O Soldado e o Estado", de Samuel Huntington. Uma visão otimista do pensamento dos militares e de sua objetividade.
. TODAS
"O Soldado Profissional", de Morris Janowitz. Uma visão pessimista do pensamento dos militares e do seu policialismo.
. A Biblioteca Nacional tem
"Marlborough: His Live and Times (Marlborough - Sua Vida e seu Tempo)", de Winston Churchill. É a biografia de um chefe militar e político inglês do século 18, ancestral de Churchill. Fez a cabeça de Peter Drucker, que fez a cabeça de uma geração de empresários.

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