São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Estrelas do PT lutam por indicação para 98

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dos principais caciques do PT nacional, Olivio Dutra e Tarso Genro, lutam pela indicação para disputar o governo gaúcho pelo partido. Hoje, Dutra é favorito na corrida interna.
Dutra tem o apoio da maioria da ala "esquerda" do PT local, que dirige o diretório da legenda no Rio Grande do Sul.
Ambos são ex-prefeitos de Porto Alegre, mas com perfis distintos. Dutra foi um dos fundadores do PT e sindicalista bancário. Inaugurou o ciclo de prefeitos do partido na capital do Estado e, com expressões típicas do gaúcho, em pouco tempo tornou-se um dos políticos mais conhecidos do Rio Grande do Sul.
Genro, ex-militante de grupos de esquerda clandestina na época do regime militar, aderiu ao PT depois de pertencer ao PMDB, é advogado trabalhista e, nas discussões internas, é apontado como um dos teóricos mais respeitados do partido.
Embora não assumam publicamente, os petistas locais torcem para que Genro seja o candidato do PT à Presidência da República, caso Luiz Inácio Lula da Silva desista de concorrer. A avaliação é que, com um gaúcho encabeçando a chapa presidencial da legenda, o conhecido bairrismo do Estado se encarregaria de empurrar Dutra para o Palácio Piratini.
Por enquanto, Genro tenta reverter o favoritismo de Dutra investindo num pedido para que a escolha seja feita em prévia aberta a todos os filiados.
Dutra prefere a definição em convenção partidária, embora publicamente não descarte a prévia. "Precisamos é ver se uma prévia não traria sequelas como outras que o partido viveu", pondera.
No PT nacional trabalhava-se até pouco tempo com a impressão que Genro sairia-se melhor em pesquisas no eleitorado e que essa seria a maneira de detonar o favoritismo de Dutra na máquina partidária.
Estudos recentes, no entanto, apontaram ligeira vantagem para Dutra. De fora, o peemedebista Nélson Proença palpita. "Preferimos enfrentar o Olivio. O Tarso é mais elaborado, mas é o campeão da dissimulação", provoca.
O PMDB gaúcho teme mais uma candidatura de Genro, teoricamente mais capaz de alargar a tradicional base de apoio do PT.

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