São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Britto deve voltar atrás e tentar se reeleger

DA REPORTAGEM LOCAL

Poucos, no meio político gaúcho, acreditam que Antonio Britto manterá a anunciada disposição de não tentar novo mandato na eleição de 98.
O atual governador conseguiu reunir PMDB, PSDB, PPB, PFL, PTB e PL em sua administração. Na prática, existe hoje a reedição da polarização na política local. Contra Britto, a força mais expressiva é o PT, ainda que o PDT resista em alguns bolsões do Estado.
"Britto não quer ser candidato, mas deve ser empurrado para a disputa", afirma o secretário Nélson Proença, um dos articuladores do governador. Na prática, já se ensaia a cena de pedidos incessantes para que Britto mude de opinião.
Para Proença, a presença de Britto contra a ameaça de vitória do PT é "essencial para manter as reformas".
Os opositores do governador dizem que o desgaste provocado pelo exercício do poder é o motivo maior para a anunciada resistência a concorrer a novo mandato. Nos bastidores, porém, o PT teme que o dinheiro das privatizações banque a ascensão eleitoral do peemedebista por meio de um programa de obras com resultado no curto prazo.
"Serão eleições difíceis, mas as pesquisas atuais só retratam o momento. Existe uma tendência clara de crescimento da popularidade do governador", diz Proença.
A ligação entre o governador e o presidente da República, explorada pelo PT local para bombardear o adversário, no entender do articulador do PMDB acabará por beneficiar Britto.
"Conseguimos federalizar a dívida estadual, a construção de termoelétricas e hidrelétricas e a inclusão da região mais pobre do Estado em programa de auxílio do governo federal", enumera Proença as ações que, a seu ver, combaterão o discurso oposicionista sobre um eventual descaso do Planalto com o Rio Grande do Sul.
"Nós vamos mostrar que a aproximação com o governo federal não evitou prejuízos como o da Lei Kandir", diz Olivio Dutra.
Para Proença, até a eleição ficará claro para a população que o Estado passou por uma revolução modernizante. "É hora de amadurecer os grandes projetos", afirma o peemedebista.

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