São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997 |
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Mulheres com Aids planejam ter filhos
AURELIANO BIANCARELLI
A gravidez ainda está no início e ela poderia fazer um aborto, mas não quer. "Como ela, há cada vez mais mulheres soropositivas que querem ter filhos", diz o infectologista Artur Timerman. Renata faz parte de um grupo de mulheres com HIV que não querem abrir mão da maternidade e que se preparam para ela. A auxiliar de farmácia Bianca Cristina, 27, está nesse grupo. A diferença é que ainda planeja a gravidez. Ela tem um menino de 6 anos e quer agora uma menina. Com as drogas, se engravidasse hoje, ela correria um risco de 8% de ter um filho com Aids. Os que criticam sua atitude também lembram que Bianca pode cair doente, morrer e deixar o filho órfão. Ela diz que pensa em tudo isso, mas garante que está "segura, confiante e decidida". "Estou planejando este filho da melhor forma possível. Não é pela criança, não é só por mim. É por um desejo muito forte que não sei explicar." O namorado de Bianca também tem Aids e aceitaria ser o pai. Mas ela diz que os planos são para daqui a dois anos e que filho e pai chegarão na hora certa. Bianca descobriu que era soropositiva quando o marido morreu de Aids, 5 anos atrás. Ela não sabe ainda se o menino, que nasceu um ano antes, tem o HIV. "Ainda não tive coragem de fazer o teste." Dois anos atrás, teve uma gravidez "não planejada", mas a filha morreu de Aids. Ela diz que faz testes que medem o nível de defesa de seu organismo. "O monitoramento dirá se posso ou não ter um filho. A médica diz que tenho esse direito." Texto Anterior: A GAROTA DA HORA Próximo Texto: Remédio reduz transmissão Índice |
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