São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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G-7 define futuro de florestas brasileiras

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A promessa feita em 1990 pelos sete países mais ricos do mundo de destinar, em cinco anos, US$ 1,5 bilhão para a proteção da floresta amazônica do Brasil não passou de um sonho. Até hoje, o país recebeu apenas US$ 237,19 milhões -o equivalente a 15,8% do previsto.
Mesmo assim, o Brasil não gastou tudo que recebeu. Dos US$ 237,19 milhões disponibilizados, foram gastos somente US$ 55,84 milhões -ou seja, 3,7% dos recursos anunciados em 90.
Mais realistas, os representantes do chamado G-7 (EUA, Reino Unido, França, Canadá, Japão, Alemanha e Itália) e do Brasil voltam a se reunir nesta semana, em Manaus (AM), para discutir o futuro do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, chamado PPG7.
Também irão participar do encontro, que começa amanhã e vai até quinta-feira, representantes de organizações não-governamentais e do Banco Mundial, administrador de parte dos recursos.
"Temos a expectativa de discutir possibilidades e o futuro, diferentemente de três anos atrás, quando as discussões estavam centradas no passado e nas dificuldades", afirma o ministro Gustavo Krause (Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal).
O encontro traz nova promessa: a concretização dos programas de desenvolvimento sustentado, conservação, demarcação de terras indígenas e manejo de recursos naturais concebidos nos últimos anos, mas não implementados.
Esvaziamento
Concebido para ser o maior programa ambiental do planeta, o PPG7 começou a ser esvaziado em 92. A meta de destinar US$ 1,5 bilhão em cinco anos foi diminuída para US$ 250 milhões em três anos -o que também não aconteceu.
Os EUA fizeram doações percentualmente pequenas: 3,16% do total recebido, ou US$ 7,7 milhões. Não por acaso, o presidente norte-americano, Bill Clinton, anunciou em sua recente viagem ao país que destinará mais US$ 10 milhões para os fundos do PPG7.
Os ambientalistas brasileiros pressionaram os EUA a abrir a carteira. Os argumentos eram baseados no fato de que o dinheiro vindo dos EUA deveria ser compatível com o nível de suas queixas e das doações dos outros parceiros.
O PPG7 ainda recebeu doações de US$ 71,22 milhões da então Comunidade Econômica Européia (atual União Européia) e de US$ 97,19 milhões de um fundo formado por Canadá, CEE, Itália, Jação, Holanda, EUA, Reino Unido e Alemanha.

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