São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Microcervejarias se espalham em SP

Cervejas têm versões 'morena' e 'índia'

DANIEL NASCIMENTO DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de se alastrarem pelos Estados Unidos e Europa nas últimas duas décadas, as microcervejarias começam a virar mania entre os brasileiros. Elas já somam 14 em todo o país.
Só em São Paulo, a partir de segunda, serão quatro produzindo uma média de 100 mil litros de cerveja diferenciada por mês, o que equivale a cerca de 290 mil latinhas de 350 ml.
Para os entendidos no assunto, a entrada de opções menos comuns pode representar uma mudança de hábito: beber cerveja para apreciar, e não para "encher a cara".
"As microcervejarias vão fazer com que os brasileiros conheçam e aprendam a degustar a cerveja. Além disso, elas têm a vantagem de fugir do velho padrão de cerveja pilsen (tipo mais bebido no Brasil)", explica Marcelo Moss, um dos sócios da The Beer Store, microcervejaria em Moema (zona sudoeste de SP).
Dessa forma, a famosa "loira gelada" terá de dividir a preferência dos brasileiros com as versões "mulata" (escura) e "índia"(avermelhada), entre outras de cores e sabores mais exóticos.
Para aqueles que chegam pela primeira vez a uma microcervejaria, principalmente às que oferecem maior variedade de cervejas, o ideal é pedir os "samples" (amostras para degustação). Geralmente, eles custam entre R$ 3 e R$ 5.
O mais importante na hora de escolher a cerveja, no entanto, segundo Robério Paiva, consultor em microcervejarias, é lembrar que "ao contrário do vinho, quanto mais fresca ela estiver, melhor".
Cerveja de cereja
Na Brew Pub, primeira microcervejaria de São Paulo, é possível encontrar cervejas feitas à base de frutas, como pêssego e cereja, além de combinações mais exageradas -e saborosas-, como a cerveja nitrogenada, marcante pela suavidade do colarinho.
A de extrato de frutas é feita em menor escala. Por isso não fica armazenada nos tanques, como as outras. Ela fica em barris especiais e é servida somente no bar que fica nos fundos da casa.
O público que vai à cervejaria do Jardins (zona sudoeste de SP) durante a semana tem entre 25 e 45 anos. No fim-de-semana, são os mais jovens que tomam conta da badalação.
Cervejaria dance
A Dado Bier, na Juscelino Kubitscheck (zona sudoeste de SP), é outro exemplo do sucesso das microcervejarias na cidade. Seus 4.500 metros quadrados vivem lotados.
O público -de 20 a 30 anos- dispõe de sushi-bar, pista de dança e restaurante. Esse último é para quem deseja estar em um lugar da moda, mas prefere ficar mais afastado da agitação do pessoal.
A variedade de cervejas é pequena -original, cristal e bock-, mas a combinação entre tanques, música e muito espaço pode ser considerada perfeita.
"Além da cerveja, o legal daqui são os ambientes diferentes", diz o empresário Alessandro Breda, 26.

Brew Pub: r. da Consolação, 3.249, Jardim Paulista, São Paulo, tel. (011) 881-1809; Dado Bier: av. Presidente Juscelino Kubitscheck, 1.203, Itaim Bibi, São Paulo, tel. (011) 866-2311

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