São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997
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Secretaria dá 60 dias para sair

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, disse que dá um prazo de 60 dias para os compradores ilegais do Cingapura desocuparem os imóveis.
"Mesmo que a pessoa tenha comprado por ignorância, e não por má-fé, não posso permitir que continue no apartamento", diz.
O secretário afirma que os apartamentos são destinados única e exclusivamente para moradores de favela cadastrados pela prefeitura antes do início da obra.
Krahenbuhl afirma que o vendedor, além de perder o apartamento, é acionado judicialmente por estelionato. "Vender o Cingapura antes de três anos é como vender o Cristo Redentor", diz.
Ele disse também que o vendedor fica excluído de todos os outros programas habitacionais promovidos pela prefeitura e pelo governo do Estado. "Temos um convênio com o Estado", disse.
O secretário disse que, assim que tivesse conhecimento do nome e do local onde a Folha constatou comércio de Cingapura, iria tomar as providências necessárias.
Seis meses
Segundo o secretário, ninguém consegue ficar mais de seis meses em condições irregulares no Cingapura. Ele diz que há, principalmente, três formas de verificar a irregularidade:
a) no ato da entrega dos carnês do financiamento (distribuídos pelas assistentes sociais a cada três meses) verifica-se que o ocupante não é o beneficiado;
b) nas reuniões mensais realizadas com as comissões de moradores são feitas denúncias;
c) a cada seis meses é feita uma pesquisa de campo para verificar as condições da família ocupante (onde se confere, entre outras coisas, a frequência escolar das crianças, o número de desempregados e, é claro, quem está morando no apartamento).
O secretário disse que a prefeitura estipulou um prazo de três anos para que o morador possa vender o seu apartamento para evitar a "especulação imobiliária".
"Nós estamos fazendo o Cingapura para acabar com as favelas de São Paulo. Se não estipulássemos esse prazo, muitos moradores receberiam o apartamento e o colocariam à venda em seguida, voltando a morar em barracos", diz.
Ele diz não temer que os moradores voltem a favelas depois desse prazo. "Tendo um endereço, fica mais fácil para a pessoa arranjar um emprego e melhorar de vida."

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