São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997 |
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Times tentam lidar com 'cera' e 'brancos'
JOSÉ ALAN DIAS
O regulamento do torneio prevê que cada set dure 25 minutos ou 15 pontos. Após esse período, se nenhum rival tiver alcançado a pontuação, entra em vigor o sistema do tie-break (onde cada disputa de bola vale um ponto). Por esse sistema, dizem os técnicos, se uma equipe chega com vantagem acima de três pontos ao tie-break, tem praticamente assegurada a vitória no set. A cera (retardamento do jogo) entra em ação justamente quando a equipe lidera e quer "apressar" o início do tie-break. "Ensinar a fazer cera a gente não vai. Não precisa. Mas tem que preparar os atletas para não se irritarem quando o adversário fizer, e condicioná-los a entrar bem no jogo desde o início ", diz Cacá Bizzochi, técnico do Banespa. "Antes, você deixava abrir três, quatro pontos, que dava para buscar. Não pode mais dar bobeira. Se alguém consegue vantagem, começa a 'administrar', e o set já era", completa. Para coibir a cera, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) passou a exigir maior rigor dos juízes. Orientou-os a punir com cartões os atletas que "tomarem atitudes antidesportivas". Ricardo Navajas, do Report/Suzano, porém, aponta uma contradição intrínseca à regra. "Se uma dos intenções era fazer os jogos durarem menos e poupar o jogador, não resolve", afirmou o treinador. "O que desgasta mais o atleta são os treinos. Se a gente quiser começar forte, e vai precisar, tem que treinar mais." "Não quero mudar meu ritmo e forma de treino. Vou esperar que as coisas se ajeitem", disse Jorge Schmidt, do Ulbra/Diadora. Desgosto Outra dificuldade com a qual os técnicos se preparam para lidar é o desinteresse do atleta quando o set está "definido". "Jogador não é bobo. Tem uma hora que ele sabe que não dá mais para ganhar e começa a pensar no outro set. Ele fica desgostoso", afirmou Cacá Bizzochi. Esse aspecto pode ter maior evidencia nas partidas entre uma equipe muito forte tecnicamente e outra de menor potencial. "O mais fraco sempre tem a esperança de prolongar o jogo para tentar alguma surpresa. Não vai mais ter chance", disse Ricardo Navajas. "A gente tem de tomar cuidado para a coisa não virar um 'peladão'. Não é so a cera que irrita o torcedor. O time pode até perder, mas ele quer ver luta", afirmou Ricardinho, do Philco e seleção. Texto Anterior: Dirigentes querem empresa de opção Próximo Texto: Carlão 'esquece' torcida Índice |
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