São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Ipea poderá rever projeções

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O nível geral da atividade econômica no Brasil deve ser afetado já neste trimestre pela crise das Bolsas de Valores. A estimativa é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do Ministério do Planejamento, e da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Os dois estão entre os mais respeitados órgãos de análise econômica do país. O Ipea divulga hoje seu Boletim de Conjuntura com uma previsão de crescimento da economia brasileira de 4% este ano. A estimativa foi feita antes do início da crise das Bolsas.
Mas o documento, que estava sendo impresso ontem à tarde, traz uma análise da crise das Bolsas e das suas consequências para a economia em geral.
Segundo Cláudio Considera, diretor de Pesquisa do órgão, "deve haver uma redução do nível de atividade no último trimestre do ano, tanto maior quanto tempo durar tudo isso".
Para o diretor do Ipea, houve uma ação rápida do BC (Banco Central), elevando os juros e defendendo o real, e isso pode até atrair para o país capitais que estão saindo de outras praças.
Caso a crise seja duradoura, Considera admite que haja reflexos no nível de atividade, não só este ano como, em maior dimensão, daqui a seis meses, tempo que, segundo ele, demora para aparecerem com maior evidência os resultados da adoção de medidas restritivas.
Considera disse que não vê um ataque especulativo contra o real, mas uma crise generalizada, com elementos de especulação.
FGV
O economista Antônio Salazar, diretor do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), órgão da FGV, disse que este ano a crise só deverá afetar as vendas do comércio, por conta da elevação dos juros, mas para 1998 poderá haver uma redução geral no crescimento da economia.
Salazar defendeu que, ao lado do aumento dos juros, o governo acelere as minidesvalorizações do real.

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