São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Fiesp mantinha algum otimismo até a tarde

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Antes de tomar conhecimento do aumento das taxas de juros, a indústria ainda mantinha uma perspectiva relativamente otimista em relação aos próximos meses.
A expectativa era de uma pequena recuperação na atividade até dezembro, apesar da incerteza sobre os efeitos da turbulência nos juros, mais tarde conhecidos.
Em reunião ontem, o conselho superior de economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) avaliou que a crise no mercado financeiro tende a se diluir e não deve se espalhar por outros setores.
Além de industriais, participam do conselho empresários do setor financeiro como Fernão Bracher, do banco BBA, e consultores como o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega. Não há datas fixas para as reuniões acontecerem. A de ontem antecedeu a divulgação do INA (Indicador do Nível de Atividade) de setembro.
O diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Boris Tabacof, um dos membros do conselho, acha que a instabilidade tende a se esgotar em breve. "Caso ocorra pressões sobre os juros e o câmbio, a indústria pode sofrer, mas apostamos que a crise é um processo concentrado na Bolsa", afirmou.
Segundo Tabacof, dois motivos principais afastariam as chances de a instabilidade saltar das Bolsas para as ruas.
Um deles é a situação do sistema financeiro brasileiro que, ao contrário dos países do Sudeste Asiático, não enfrenta problemas. O outro é o programa de privatização, que irá atrair investimentos e servir como uma garantia às fragilidades das contas externas do país.
Recuperação
Antes do "El Niño" financeiro atingir as Bolsas nesta semana, os industriais paulistas se mostravam confiantes. Levantamento da Fiesp feito antes da crise indica que 10 dos 14 setores consultados para a composição do INA esperavam crescimento na produção e nas vendas em outubro.
Depois de cair 0,6% em julho e 4,6% em agosto, o INA refez o caminho e fechou em setembro com alta de 6,1%.

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