São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Juro sobe em material de construção

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Revendedores de material de construção estão aguardando para breve uma nova tabela de taxas de juros por parte das financeiras.
Grande parte das vendas do setor é parcelada e a avaliação predominante ontem era que um reajuste nas taxas oferecidas aos consumidores seria inevitável.
Segundo apurou a Folha , algumas empresas já teriam suspendido operações de crédito na espera da nova tabela.
Revendedores afirmaram que já haviam sido informados pelas financeiras que uma nova tabela de juros seria divulgada.
"Quem não tiver capacidade de bancar o financiamento com recursos próprios vai repassar esse aumento da taxa de juros", disse o diretor-geral da rede Conibra, José Eurípedes Garcia.
Segundo ele, as grandes redes financiam as compras a prazo do consumidor majoritariamente com recursos próprios.
No entanto, ressaltou, a maior parte da revenda de material de construção é composta de pequenos e médios comerciantes.
"As grandes redes irão mudar sua política de juros somente se a alta das taxas não for momentânea e perdurar", acrescentou Garcia.
A Conibra trabalha predominantemente com parcelas fixas na venda a prazo, mas chega a financiar algumas compras em até 12 meses, a uma taxa de 2,5% ao mês, segundo Garcia.
A diretora de uma outra grande rede de revenda de material de construção, que preferiu não se identificar, confirmou à Folha que a mudança no custo da captação do dinheiro para o financiamento irá repercutir nas vendas a prazo.
A rede não havia alterado ontem sua taxa de juros cobrada nos financiamentos, pois também trabalha predominantemente com recursos próprios.
O setor de revenda de material de construção espera crescer aproximadamente 10% neste ano, atingindo um faturamento de cerca de US$ 24 bilhões.
A construção civil vem apresentando resultados favoráveis nas vendas nos últimos três anos, desde o início do Plano Real.
Para o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), Miguel José Ribeiro Oliveira, a alta nos juros do comércio já é perceptível.
Desde o início desta semana, afirmou, o comércio já elevou em dois pontos percentuais a sua taxa.
"O problema é mais localizado entre as pequenas e médias lojas", acrescentou.
A Anefac pesquisa, diariamente, as taxas de juros cobradas pelos diversos tipos de varejo no Brasil.
A pesquisa é feita por meio da análise de anúncios de jornais.
São consultados todos os dias 30 jornais brasileiros, o que corresponde a 15 mil anúncios por mês.

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