São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Presidente de Israel critica texto sagrado e irrita judeus ortodoxos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente de Israel, Ezer Weizman, deu ontem munição a mais uma briga entre judeus seculares e ultra-ortodoxos. O motivo da polêmica foram suas declarações de que "algumas partes da Bíblia não são muito agradáveis, e não vale a pena sua leitura."
A afirmação foi feita durante um seminário, na noite de quarta-feira, organizado com a intenção de aproximar diferentes correntes ideológicas do judaísmo.
"Peguemos como exemplo nosso professor Moisés", disse Weizman. "Na minha opinião ele foi o maior líder judeu, mas poderia ter tomado mais cuidado com alguns de seus dizeres."
Ele citou uma passagem (leia trecho ao lado) do Deuteronômio, o quinto livro do Pentateuco (os primeiros livros do Velho Testamento), que compõe a Torá, livro sagrado do judaísmo.
O prefeito da cidade de Beit Shemesh levantou-se aos gritos e deixou a sala de conferências de Jerusalém. O Partido Shas (religioso, de ultradireita), que participa da coalizão de governo, disse que não votará por um novo mandato de Weizman se ele não se desculpar.
O presidente israelense, que tem apenas funções de chefe de Estado (o chefe de governo é o premiê Binyamin Netanyahu), carrega um histórico de declarações polêmicas. Já despertou a ira de homossexuais e feministas.
Os ultra-ortodoxos criticaram o presidente, que pediu desculpas "para aqueles cidadãos cujos sentimentos possa ter ferido". Mas não retirou o que disse.

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