São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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A moeda sou eu; Pôquer federal; Aposta arriscada; Solução Gustavo Franco; ET de Varginha; Na melhor das hipóteses; Por um fio; Espantando a bruxa; Cai um tabu; Reta final; Parque dos dinossauros; Divisão de ocasião; Em busca de apoio; Preocupação pessoal; Nova safra; Ainda esnoba

A moeda sou eu
A reeleição teve peso fundamental na decisão de jogar os juros na lua. FHC jogou mais pesado do que o mercado esperava para mostrar que está disposto a tudo para defender o Real. Sem a estabilidade, sabe que teria chance mínima de ser reeleito.

Pôquer federal
A reunião de quarta no Planalto traçou um cenário passageiro e outro mais complicado para a crise. Decidiu-se que, no 2º caso, a resposta viria acima do tom esperado pelo mercado, para esfriar as apostas contra a moeda. Foi o que aconteceu na quinta.

Aposta arriscada
FHC acha que, no limite, tem como controlar uma recessão econômica em 98. Venceria a eleição explorando a imagem de que é o mais preparado para conduzir o país em um momento complicado. Armas de controle: privatização e reservas.

Solução Gustavo Franco
Segundo um auxiliar de FHC, o presidente preferiu eventualmente errar na mão para mais na recessão do que correr o risco de agir com menos rigor e enfrentar o caos depois de um ataque especulativo mais devastador. Falta combinar com os investidores.

ET de Varginha
A candidatura de Itamar ganhou apelido no PMDB: disco voador. Todo mundo diz que existe, mas ninguém vê. Por exemplo, até hoje ele não ligou para o líder no Senado, Jader Barbalho, pedindo apoio.

Na melhor das hipóteses
De Amin, sobre a alta dos juros: "O Natal é que vai pagar a conta do dinheiro de motel (capitais de curto prazo no Brasil)".

Por um fio
Covas está insatisfeito com Israel Zecker, secretário de Esportes e Turismo. Marcos Arbaitman, ex-presidente da Hebraica, está cotado para o posto.

Espantando a bruxa
Devido à crise das Bolsas, o Senado deve aprovar o FEF sem mudá-lo. Para o relator, Renan Calheiros (PMDB), não é hora de deixar o governo na mão.

Cai um tabu
O senador Josaphat Marinho (PFL-BA) entrega amanhã o relatório do novo Código Civil. As maiores mudanças estarão no capítulo da família. A figura do filho ilegítimo, por exemplo, desaparece do direito brasileiro.

Reta final
O projeto do novo Código Civil tramita há 22 anos no Congresso. ACM pretende votá-lo até o final do ano. Não é tarefa fácil. O texto de Josaphat Marinho é um calhamaço com 2.073 artigos. O código atual, de 1917, tem 1.807.

Parque dos dinossauros
No meio de toda a confusão da semana, a única notícia boa para o governo foi a divulgação do programa da oposição, que propõe o fim da privatização e da âncora cambial. Mostrou que FHC realmente tem margem para cometer muitos erros.

Divisão de ocasião
Na reunião de líderes com FHC, marcada para terça, Inocêncio Oliveira (PE) vai sugerir que a reforma da Previdência seja limitada ao setor público. Segundo o pefelista, seria o único jeito de aprová-la neste ano.

Em busca de apoio
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) deu uma cópia de seu plano secreto de reforma agrária para a Casa Civil, a Fazenda e o Planejamento. Nenhum dos ministérios gostou.

Preocupação pessoal
Na bancada federal do PPB, é grande a insatisfação com a imagem da gestão de Celso Pitta na Prefeitura de São Paulo. Preocupados com suas reeleições, os deputados querem mudanças no secretariado no ano que vem.

Nova safra
O Ministério da Educação começa na segunda a distribuir 64,7 milhões de livros didáticos para o ano letivo de 98, pelos quais pagou R$ 159 milhões.

Ainda esnoba
Dirigentes do PT paulista chamaram Quércia para ato contra o desemprego na quinta, em São Bernardo. O peemedebista disse que consultaria a agenda.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do ministro Kandir (Planejamento), sobre a plataforma dos partidos de oposição, coordenada por Aloizio Mercadante (PT), prever o fim da privatização e a eventual recompra de estatais já vendidas:
- É o beijo da morte na credibilidade para conduzir o país.

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