São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Eleitos se beneficiam de emendas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O retorno eleitoral das emendas ao Orçamento pôde ser sentido por pelo menos 12 ex-deputados que foram eleitos prefeitos em 1996. Eles haviam concentrado suas emendas nos municípios onde disputaram as eleições para a prefeitura.
Nas emendas dos deputados candidatos não faltavam recursos para postos de saúde, casas populares, reformas de hospitais, estradas, quadras esportivas, pontes e demais obras de interesse eleitoral.
O deputado Edson Ezequiel (PDT-RJ), por exemplo, destinou R$ 1,28 milhão para obras em São Gonçalo, onde disputava a prefeitura. Foi eleito.
Na sua proposta original, ele havia reservado R$ 17,1 milhões para a cidade. Mas foi obrigado a reduzir o valor total das emendas para R$ 1,5 milhão.
Candidato a prefeito de Ipatinga (MG), o ex-deputado Chico Ferramenta (PT-MG) apresentou emendas no valor de R$ 515 mil para a cidade. As obras estavam carimbadas para cinco bairros.
Ferramenta chegou a destinar R$ 14,7 milhões para a construção de uma avenida e a canalização de quatro córregos. Na proposta final aprovada pelo Congresso, o valor foi reduzido para R$ 140 mil (menos de 1% do pedido). Mas o ex-deputado foi eleito prefeito.
O prefeito de Cuiabá (MT), Roberto França (PSDB), também deve parte de sua eleição à política de enviar dinheiro do Orçamento para pequenas obras na cidade.
Em 1996, França fez emendas que destinaram R$ 750 mil para Cuiabá. "Emendas picotadas para a base política dele", disse Amadeu de Melo, seu chefe de gabinete.
Segundo Melo, o dinheiro das emendas que o prefeito fez quando era deputado foi usado para a construção de um campo de futebol, creches e centros comunitários.

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