São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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HC reduz uso de anestésicos em crianças

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, de São Paulo, desenvolveu uma estratégia que conseguiu reduzir o uso de anestésicos em crianças que precisam ser submetidas a tomografias.
Desde maio, quando o instituto conseguiu um aparelho de tomografia computadorizada, há exames radiológicos em crianças dispensando o uso de anestésicos.
Em seis meses foram realizados 650 exames. Em 84% deles, foi possível dispensar qualquer tipo de anestésico. Os outros 16% usaram um tipo de anestésico via oral, em pequenas quantidades. A presença de um anestesista foi solicitada para 1% dos casos.
"Começamos a trabalhar usando a literatura e a experiência de outras unidades que mostravam alto índice de sucesso ao fazer o exame e evitar a sedação. É a aproximação comportamental", diz o responsável pelo setor de neuroradiologia pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Marcelo Valente, 31.
E acrescenta: "Conversamos com as crianças, explicamos tudo e tentamos convencer as crianças a deitar na cama e ficar quietas".
A tomografia é um raio X avançado. A máquina funciona ligada a um computador. Ao "fotografar" partes do corpo, faz cortes diferentes do mesmo local e permite uma avaliação precisa da situação por parte do médico.
"Às vezes, a criança precisa passar por um exame em que é necessário injetar contraste. O contraste é intravenoso. A criança precisa ficar com uma agulha na veia e quieta. Nesses casos, um sedativo pode ajudar", diz Valente.
O exame é indolor, mas requer imobilidade completa do paciente, comportamento difícil de ser obtido com crianças, principalmente as menores de 3 anos. Muitas vezes, a única maneira de se realizar o exame era sedar as crianças para conseguir fazer o exame.
"Além do bate-papo, nossa sala de radiologia possui luz regulável. É possível deixar a sala escura, enquanto converso com a criança pelo microfone. Ela vai ficando com sono e dorme. Aí fazemos o exame. Se ela acorda e se mexe, aguardamos outra soneca e terminamos. Aqui as crianças têm tempo para ser examinadas com calma."
Antes de o Instituto da Criança ter seu próprio aparelho, as crianças faziam exames do serviço geral de radiologia do HC-FMUSP. Atualmente, o instituto providencia exames para os internos do hospital, para conveniados e para pacientes de outros médicos.

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