São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Crise no Sudoeste Asiático deverá afetar as exportações brasileiras para a região

ISABEL VERSIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As exportações brasileiras para o Sudeste Asiático deverão ser afetadas pela crise do mercado financeiro na região. A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) prevê que a demanda desses países por ferro e aço -principais produtos da pauta de comércio do Brasil com a região- deve cair nos próximos meses.
O diretor técnico da AEB, José Augusto de Castro, explicou que essas matérias-primas são usadas principalmente pelo setor de construção civil asiático.
Com a crise econômica, os exportadores brasileiros estão esperando uma retração do setor imobiliário na Ásia, com efeito negativo sobre as vendas brasileiras.
Castro aposta em uma redução significativa nas encomendas de carnes da região. O produto é comprado para consumo interno, o qual deve se desaquecer nos próximos meses. Até setembro, o Brasil vendeu US$ 124,316 milhões em carnes para os sete países.
A crise na Ásia poderá beneficiar algumas exportações brasileiras para a região. A AEB prevê um possível aumento nas vendas de minério e de peles, que são matérias-primas para as indústrias exportadoras do Sudeste Asiático.
Com a desvalorização de suas moedas em relação ao dólar, esses países, que já eram exportadores agressivos, ficaram ainda mais competitivos internacionalmente.
As peles importadas pelos asiáticos são usadas principalmente pela indústria de calçados. "Não necessariamente o aumento de demanda se refletirá em um crescimento de vendas, mas poderemos ganhar mercado", disse Castro.
No caso dos calçados, ele argumentou que o Brasil, que também é exportador do produto, poderá ser prejudicado pelo aumento da competitividade dos asiáticos.
O empresário ressaltou que os impactos só devem ser sentidos a partir de 1998, já que os contratos de exportação são de longo prazo.

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