São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Túnel submarino ligará Santos ao Guarujá

CLEIDE FLORESTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Codesp (Companhia de Docas do Estado de São Paulo), em parceria com as prefeituras das cidades de Santos e do Guarujá, no litoral sul de São Paulo, anunciou, para fevereiro de 98, concorrência pública para a construção de um túnel submarino que vai ligar as duas cidades da Baixada Santista.
Segundo Marcelo Azeredo, 35, presidente da Codesp, o prazo para a execução da obra será de dois anos. Se tudo der certo, a longa espera para atravessar a balsa terá seu fim no início do ano 2000, previsão para que o túnel comece a funcionar. "Na virada do século, já teremos o túnel", afirma.
O valor estimado da construção, segundo a companhia, é de R$ 155 milhões e deverá ser coberto pela iniciativa privada.
A empresa que ganhar a concessão ficará responsável pela arrecadação do pedágio por 50 anos. "As prefeituras e a Codesp ficarão com 15% do montante que for arrecadado", afirma Azeredo.
O estudo de viabilidade econômica do projeto, realizado pela Figueiredo Ferraz, mostra que apenas com veículos de passeios a balsa movimenta por ano aproximadamente R$ 18 milhões.
Hoje, a taxa paga pelos veículos desse tipo na balsa é de R$ 3,20 (dias úteis) e R$ 4,80 (sábados, domingos e feriados). A previsão é que o pedágio também alcance esse valor. Pela estimativa da Codesp, o vencedor da concorrência terá o retorno do investimento em nove anos.
O estudo mostra também que em 96 aproximadamente 5,86 milhões de veículos fizeram a travessia entre Santos e Guarujá. Desse total, 1,72 milhão eram bicicletas e 4,69 milhões, veículos de passeio.
Estrutura
O projeto atual do túnel, com cerca de 2 km de extensão, tem início no bairro Paquetá, em Santos, cruza o estuário da cidade e segue em direção à avenida Tiago Ferreira, nas proximidades de Vicente de Carvalho, no Guarujá.
Segundo João Paulo Tavares Papa, 39, secretário do Meio Ambiente de Santos, foi solicitada uma outra solução para a desembocadura do túnel. "Queremos minimizar o impacto na malha viária da cidade e por isso a nossa proposta é modificar esse acesso."
Para Papa, além de beneficiar o desenvolvimento urbano, facilitando o acesso entre as duas cidades e favorecendo o transporte, Santos tem um motivo a mais para apoiar o projeto.
"Com o túnel, o acesso à parte continental de Santos (170 km2) será facilitado e vem ao encontro do nosso Plano Diretor, que visa um desenvolvimento maior dessa região", afirma.
Hoje, segundo Bechare Abdalla, 38, chefe do Departamento de Planejamento, 99% da população da cidade vive na parte insular de Santos, representada por 39 km2.
"Para chegar à parte continental, a pessoa utiliza a balsa e atravessa todo o Guarujá ou vai por Cubatão. Com o túnel, o caminho será encurtado, apesar de continuar passando pelo Guarujá."

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