São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Empresárias mineiras lideram negócios

ROSEANE SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Família e tradição regional formam os ingredientes de sucesso de várias empresas mineiras. Muitas são comandadas por mulheres.
Graças a fabricantes como Hélida Mendonça, 35, e à sua marca, a Forno de Minas, o sabor do pão de queijo já conquistou paladares do outro lado do oceano, como Portugal, França e Itália.
A empresa familiar, que começou artesanalmente, já deixou de ser pequena e fabrica hoje 750 toneladas de pães por mês.
O fornecimento é feito para 175 lojas, no Brasil e no exterior.
"Chegamos a exportar dúzias do produto especialmente para o ex-presidente Itamar Franco, quando ele era embaixador do Brasil em Portugal", conta.
Seguindo a linha da tradição e do sabor, Dirlene Maria Pinto, 36, apostou em uma bebida bem popular, a pinga. "Se a Itália é conhecida pelo vinho, o que poderia dar fama ao Brasil?", indaga a fabricante da cachaça Germana.
Ela fornece para 200 clientes fixos, entre bares e restaurantes, e está exportando para a Finlândia.
As petecas, outra preferência mineira, fizeram com que as irmãs Karla Ribeiro, 28, e Kelem Fontes, 27, ultrapassassem fronteiras.
As sócias não devem ter motivos para queixas. A empresa Bomfim fatura R$ 50 mil mensais. A produção é de 29 mil petecas por mês, sendo que as vendas já atingem os mercados norte-americano, alemão e africano.
Também de Belo Horizonte, a microempresária Vania Melo Franco Machado, 41, está descobrindo o caminho para a Europa.
Ela produz bijuterias feitas com pedras semipreciosas brasileiras e está negociando com compradores da Holanda. "Fabricamos cerca de 5.000 peças por mês", diz.
Outro pólo de microempresas internacionais é Carmo do Rio Claro (no sudoeste mineiro).
Como boa parte dos homens recebem salários modestos na lavoura, as "rainhas do lar" não pensaram duas vezes em arregaçar as mangas e ajudar no orçamento doméstico, o que acabou transformando muitas delas em microempresárias de sucesso.
Essa é a história de Dona Ana Maria Zaponi, 63, que montou a Beinha Tecelagem, comandada hoje por sua filha Iara.
O talento que passou de mãe para filha rende até R$ 30 mil, com a fabricação de 7.000 peças por mês.
A fábrica já ultrapassou os limites da pequena Carmo do Rio Claro e já fornece para lojas de grande porte do Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

Colaborou a Reportagem Local

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