São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997 |
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Diferença no seguro está no pós-venda
HENRIQUE SKUJIS
Levantamento feito pela Folha em seis seguradoras mostrou que a diferença de preço entre a mais barata e mais cara é de R$ 230. Como exemplo, foi usado um Gol 1000 Mi novo. Para comparação, foi estipulada em R$ 800 a franquia, que é o valor mínimo que o motorista tem de pagar em caso de sinistro (dano ou prejuízo sobre o bem). Considerando os serviços "gratuitos" que o segurado tem direito, essa diferença de preço pode ser considerada desprezível. Por isso, antes de assinar o cheque, o consumidor deve conhecer todos as vantagens que a companhia oferece. Entre os benefícios estão assistência 24 horas, carro reserva, descontos em despachantes, cobertura para despesas de comunicação e meio de locomoção e até assistência jurídica gratuita, que paga o advogado, quando necessário. Muitas seguradoras, visando reduzir a probabilidade de roubo, bancam a instalação de equipamentos como alarme, trava para o câmbio e gravação do número do chassi no vidro. Até mesmo descontos em redes de estacionamento e revisão na parte elétrica e nos freios do carro entram no pacote do pós-venda. Além disso, por trás de um preço baixo pode estar uma seguradora ou uma corretora sem confiabilidade no mercado. A dona-de-casa Rosa Machado pagou R$ 660 pelo seguro do seu carro. "Quando precisei ser ressarcida, a seguradora informou que a corretora havia interrompido o pagamento e que, portanto, meu carro estava descoberto." Outro cuidado é com o valor segurado: "Não pode ser elevado, já que, na hora da indenização, vale o valor de mercado", aconselha Boris Ber, do sindicato das corretoras de seguros. O Citroën AX do casal Antônio e Ana Clara Garcia teve perda total após um acidente. Segundo eles, o carro vale R$ 9.800, mas a seguradora só dá R$ 8.500. "Paguei menos pelo seguro, mas o barato está saindo caro", diz Antônio, que possui declaração de três revendas que avaliam o AX em R$ 9.800. A seguradora alega que R$ 9.800 é o valor segurado e não o valor do carro no mercado. Segundo Claudiomiro Vidal, da Hannover, as cartas das revendas não têm validade porque "essas mesmas lojas não têm esse carro à venda". Em relação a janeiro, o preço do seguro está cerca de 15% mais alto. Para José Carlos de Oliveira, diretor da Marítima, o reajuste se deveu ao aumento da sinistralidade. "Em 96, de cada R$ 100 recebidos pelas companhias de seguro, 68% eram usados para pagamento de sinistros. Em 97, o número subiu para 73%." Próximo Texto: Saiba para que serve o seguro obrigatório Índice |
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