São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Ação Comunitária ajuda 5.000 crianças e jovens

DA REPORTAGEM LOCAL

Desenvolvendo programas para estimular o autodesenvolvimento de comunidades carentes de alguns bairros de São Paulo, a Ação Comunitária do Brasil-São Paulo diz estar beneficiando cerca de 5.000 crianças e adolescentes.
A instituição possui uma assessoria técnica que identifica problemas sociais em algumas comunidades e treina lideranças das regiões para se tornarem agentes comunitários e coordenar programas de auxílio educacional.
Pela sua atuação, a entidade foi uma das ganhadoras do prêmio "Bem Eficiente" da Kanitz & Associados, por ser uma das entidades sem fins lucrativos melhor administradas do país.
Hoje são assistidas 50 comunidades nos bairros de Campo Limpo, Santo Amaro e Capela do Socorro (zona sul de São Paulo).
A Ação cede equipamentos, material didático e merenda para criar salas de aulas em centros comunitários ou em sociedades amigos de bairros.
Os agentes comunitários -que recebem uma ajuda de custo da instituição- se tornam instrutores e são supervisionados por técnicos da Ação.
Projetos
Com esse método, a entidade desenvolve vários projetos. Um deles é dirigido a crianças de 4 a 6 anos.
Segundo Maria Teresa de Diego Moura, 49, gerente-geral da Ação Comunitária, existem atualmente 70 classes e 2.000 crianças envolvidas nessas atividades de pré-escola, onde se usa a metodologia de ensino construtivista.
Para crianças com idades entre 7 e 14 anos, são desenvolvidas atividades complementares ao ensino formal em horário alternativo ao escolar.
Conhecido como Projeto Crescer, o programa é realizado por instrutores treinados que produzem atividades envolvendo música, literatura, jogos, esportes e artes plásticas.
"O limite de vagas, para todos os programas, é o limite da sala de aula", diz.
Cursos específicos
Há ainda atividades para adolescentes com idades a partir de 14 anos.
Cerca de 1.400 alunos participam de cursos semestrais de datilografia e informática em suas comunidades. Para as mulheres, são oferecidos cursos de culinária, beleza, confecções, corte e costura e manicure.
Na sede da Ação Comunitária, crianças de todas as idades participam, aos sábados, de atividades esportivas, culturais e de lazer, sob supervisão de um instrutor e estagiários.
Menino de rua
Segundo o presidente da Ação Comunitária, José Carlos Fonseca, a maior preocupação da instituição é impedir que crianças a partir dos 4 anos venham a se tornar meninos de rua.
Para Fonseca, a melhor maneira de reverter a situação é ajudar as comunidades a se desenvolverem sozinhas, com a capacitação de pessoas da própria região.
"A capacidade de se gerar carência na Grande São Paulo é maior que a capacidade de se encontrar pessoas de boa vontade. Tentamos, na medida do possível, suprir essa necessidade", afirma.

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