São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997 |
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Reforma do 2º grau deve ser adiada
BETINA BERNARDES
O CNE realiza hoje uma audiência pública sobre a proposta. Quando foi enviada ao conselho pelo Ministério da Educação, em julho, o ministro Paulo Renato Souza esperava que ela fosse votada ainda em 97 para que os alunos que ingressassem no 2º grau em 98 já começassem a estudar pelo novo currículo. "Queremos ouvir a opinião de entidades nacionais, professores e outros segmentos para ver que ajustes poderiam ser necessários. A implantação não pode ter uma data marcada. O país viveu até hoje sem isso, não adianta fazer muito rápido", diz Guiomar de Melo, relatora da proposta no CNE. "Um primeiro problema é que as diretrizes curriculares não são só para o ensino médio, são para o ensino básico, entendemos que não podemos fazer diretrizes para o 2º grau separado do ensino fundamental", diz a relatora. Guiomar explicou que as diretrizes envolvem uma filosofia de currículo e o reconhecimento da identidade das escolas, alunos e professores. Já foram definidos alguns temas que constarão do parecer a ser elaborado no CNE, como a organização e a gestão da escola. "A organização é um ninho do currículo. Uma escola com gestão autoritária não vai implementar um currículo mais democrático. Isso inclui trabalho em equipe, coesão em torno de objetivos e circulação de informações", diz. A proposta do governo flexibiliza o ensino do 2º grau. Estabelece 2.400 horas mínimas obrigatórias para o ensino médio divididas em dois grupos: 1.800 horas para uma base nacional curricular comum e 600 horas para uma parte diversificada (optativas). As optativas ajudariam numa pré-preparação ao mercado de trabalho ou ao ensino superior. Por exemplo, o aluno que se interessasse por medicina poderia se aprofundar na parte diversificada em estudos ligados à área de saúde. Os que quiserem fazer um 2º grau mais voltado para a profissionalização podem fazer optativas mais ligadas à área de administração. Não há consenso no CNE, por exemplo, em relação ao número de horas da parte diversificada. Alguns acham que essa parte deveria ocupar 33% do currículo, e não 25%, como na proposta do MEC. O currículo unificado é organizado em três áreas do conhecimento: códigos e linguagens; ciência e tecnologia; sociedade e cultura. Para ministrá-lo, os sistemas de ensino podem optar por organizar o 2º grau em séries, ciclos ou módulos. Texto Anterior: Abrinq entrega Prêmio Criança Próximo Texto: Câmara pode investigar morte de meninos Índice |
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