São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Autoconhecimento ajuda escolha profissional

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Os testes vocacionais que apontam o caminho profissional a ser seguido pelos futuros universitários estão ultrapassados. Para adolescentes indecisos, os métodos atuais levam em conta o processo de autoconhecimento.
Pedagogos e psicólogos passaram a utilizar o processo de orientação vocacional, que é mais abrangente e leva em conta a história pessoal e as informações sobre o mercado de trabalho.
"Questionamos a idéia da 'aptidão inata'. As pessoas podem desenvolver habilidades com o tempo", diz Silvio Bock, pedagogo do centro de orientação vocacional Nace, de São Paulo.
Alguns institutos utilizam testes de personalidade e de interesses como um dos recursos no processo de orientação vocacional. "Os testes ajudam o jovem a se conhecer. É uma fotografia dele. É útil, mas tem de ser utilizado em um contexto de discussões e outras atividades lúdicas", afirma Yvette Tiha Lehman, coordenadora de orientação vocacional da Faculdade de Psicologia da USP.
Trabalham com esse conceito institutos como Colméia, Laços e Esplan, em São Paulo. "O teste não traz resultado, mas aponta áreas que aparecem mais fortemente de acordo com os interesses do jovem", diz Nina Christoffersen Knaus, psicóloga da Colméia.
Já a psicóloga Kátia Marinho Nascimento, que trabalha com orientação vocacional há 16 anos, diz que os testes são fundamentais.
Seu programa, que também inclui entrevista, se baseia principalmente no emprego de vários tipos de testes. A duração é de cinco sessões. Ao final, Kátia entrega os resultados e aponta os cursos que o cliente deve escolher.
"Confio muito nos testes. Eles são precisos, porque mostram as aptidões, fundamentais para o desenvolvimento do profissional."
A maioria dos processos de orientação vocacional encontrados no mercado pode ser feita individualmente ou em grupos. Sua duração varia de 10 a 30 horas.
Nos encontros, os alunos passam por entrevistas e discussões sobre seus interesses, redigem textos e são expostos a situações reais de várias profissões, quando devem opinar, tomar decisões e experimentar papéis diferentes.
Além disso, recebem informações e pesquisam sobre as diversas profissões e a situação do mercado de trabalho.
Segundo Paulo Afonso Caruso Ronca, pedagogo do Instituto Esplan, o aluno nem sempre está totalmente resolvido ao concluir o curso. "Isso porque não oferecemos resultados, mas instrumentos para que o jovem chegue à sua própria escolha. Mas, com certeza, estará muito bem informado e terá decidido sua área de preferência."

Texto Anterior: Mercado já movimenta R$ 6,5 mi
Próximo Texto: Veja alguns locais que oferecem orientação vocacional
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.