São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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SP conclui laboratório para exame grátis

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Com 19,2 mil casos agendados até junho de 1999 para atestar paternidade, o Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo) acaba de concluir a montagem do primeiro laboratório que oferecerá exames gratuitos de DNA no Estado.
O serviço começará a ser prestado no início do ano que vem, quando os produtos químicos importados já tiverem chegado e o pessoal, treinado.
A combinação das técnicas que hoje o Imesc utiliza (HLA e série vermelha) assegura até 97,87% de indicação de paternidade ou maternidade. A série vermelha considera seis sistemas de compatibilidade sanguínea. O HLA, a similaridade de antígenos (substâncias que provocam a formação de anticorpos no organismo).
Como nos projetos de exames de DNA gratuitos do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Distrito Federal, o Imesc só trabalha com casos de pessoas pobres encaminhadas pela Justiça.
Para ter acesso aos laboratórios, as pessoas devem procurar uma vara de família, em SP, MG e DF, e a Defensoria Pública no RJ.
A responsável pelos laboratórios de HLA e série vermelha do Imesc, bióloga Sarita Rubinstein, espera que o serviço de DNA avalie 600 casos -50 por mês- em 1998.
Por causa da capacidade limitada, é possível que o laboratório de DNA crie um novo problema, se os juízes de São Paulo passarem a enviar só para o novo serviço, e não para os que já funcionam, os casos de suas varas. A fila aumentaria.
A Divisão de Pesquisa de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal não realiza só os exames de paternidade e maternidade previstos em lei distrital.
O laboratório faz análise de sangue, pele, cabelos e outros materiais que possam ajudar a solucionar crimes.
Nesse terreno, o Brasil está muito atrasado em relação aos EUA, onde o projeto Codis prevê o recolhimento de sangue para classificação do DNA de criminosos.
"Em alguns Estados dos EUA, 78% dos casos de estupro são resolvidos sem necessidade de testemunhas e investigações", afirma Edson Wagner Barroso, diretor da Divisão de DNA do DF.
(MM)

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