São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Crédito imobiliário argentino sobe

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O furacão financeiro que teve como epicentro a Bolsa de Hong Kong fez estremecer o mercado de crédito imobiliário da Argentina, espalhando temor entre os que obtiveram financiamento com juros variáveis e abortando um dos vetores mais dinâmicos da economia, com um total de empréstimos na casa dos US$ 12 bilhões.
Ainda que os bancos de primeira linha não tenham anunciado até agora ajustes nas taxas de juros dessas operações, economistas e empresários anteciparam que será inevitável que eles ocorram. Alguns estimam a alta entre um e três pontos percentuais.
Antes da crise, as taxas variavam entre 5,77% e 6,28%, tomando como base tanto a Libor (juros interbancários em Londres) como a taxa básica nos Estados Unidos.
A expectativa e o temor sacodem milhares de devedores que, animados com a estabilidade econômica, começaram a sonhar com a casa própria. Um reajuste de um único ponto percentual representaria um aumento de 10% no valor das prestações.
Esse panorama torna pratica mente inviável os planos de investimentos em moradias que tinham sido anunciados pelo próprio presidente Carlos Menem, há alguns meses, para dinamizar o setor da construção e criar 300 mil postos de trabalho -o que ajudaria a reduzir a taxa de desemprego, que está perto de 17% na Argentina.
Apoio governamental
Os financiamentos com taxas variáveis aumentaram muito neste ano e o próprio governo estimulou essas operações por meio do Banco Hipotecário, prestes a ser privatizado. De acordo com o Banco Central da Argentina, essa instituição estatal é a que concentra o grosso dos créditos, com um saldo de quase US$ 3,7 bilhões, seguida por um banco privado, o Galicia, com US$ 937,7 milhões.
Enquanto esperam uma melhor definição do impacto da crise nas Bolsas, os bancos decidiram suspender a concessão de créditos hipotecários.

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