São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997![]() |
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Giverny foi a defesa zen de Claude Monet
EDNEY CELICE DIAS
Em busca da cor local, saia da capital francesa num dia de sol rumo à Normandia. São 77 quilômetros até Giverny, morada da harmonia e também do impressionista Claude Monet (1840-1926). Giverny está associada à maturidade do artista. Monet parecia ver a luz como ninguém, ou tão bem como Velázquez (1599-1660), mas com uma interpretação peculiar. O mestre francês retratou o jardim de sua casa em Giverny de todos os ângulos e sob todas as luminosidades. Explorar as possibilidades de iluminação do objeto é uma marca da pintura de Monet. Exemplo são seus quadros sobre a catedral de Rouen, expostos no museu d'Orsay, em Paris, em que ele estuda os efeitos da mudança da luz sobre as fachadas da igreja. No jardim do pintor, a vegetação se funde numa trama preconcebida -uma composição de flores, trepadeiras, ninféias, chorões. As ninféias, plantas aquáticas pelas quais Monet devotava paixão, estão definitivamente retratadas no museu da Orangerie, em Paris. O interior da casa do mestre revela traços de sua arte. Beleza e simplicidade estão unidas, paralelas, sincronizadas. Os ambientes são em tons pastel. A cozinha amarela dá passagem para um recinto azul, que dá passagem para uma sala verde etc. As paredes são decoradas com gravuras japonesas que ele compreendia e amava. Conhecer Giverny é também passear por seus caminhos calmos e floridos. Não se assuste se ouvir o bater de asas de um pássaro ou o barulho da brisa nas folhagens. A casa de Monet abre de terça a domingo nos meses de abril a outubro. Nos mesmos dias e período do ano, você pode visitar o museu de Arte Americana de Giverny. Morada e paz, zona zen dos sentidos, nirvana da cor, lar de um artista realizado e reconhecido em vida -a pequena Giverny é algo assim, a ser (re)visitado. Texto Anterior: Rei pendura chuteira em St.-Denis Próximo Texto: Auvers viu últimos dias de Van Gogh Índice |
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