São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997 |
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Garoto é perseguido e desaparece na USP
OTÁVIO CABRAL
Segundo a bancária Denilza Pereira de Araújo, 20, irmã do estudante, um grupo de dez crianças estava nadando na raia olímpica da USP, o que é proibido pelo regulamento da universidade, na tarde de domingo. Por volta das 15h, eles teriam sido surpreendidos por dois guardas universitários, que chegaram em duas motos. D.P.A. teria percebido a chegada da segurança e corrido, sendo perseguido por um dos guardas em uma moto. Os outros garotos teriam sido forçados a deixar a água. Seis deles, na sequência, teriam apanhado do outro segurança com um galho de árvore. Três dos garotos foram medicados no pronto-socorro do Hospital Universitário, que comprovou a agressão. A prefeitura da Cidade Universitária, responsável pela segurança no campus, vai apurar o caso, que também está sendo investigado pela polícia (leia ao lado). Todas as outras crianças, após a suposta agressão, voltaram para suas casas, na favela São Remo, que fica dentro da Cidade Universitária. Apenas D.P.A. não retornou. Os outros garotos informaram à família do estudante o que havia acontecido. "Procurei meu irmão a noite inteira. Como ele não voltou, resolvi procurar a guarda da USP de manhã. Mas eles me trataram mal e não informaram quem eram os seguranças que estavam de serviço no domingo", afirmou o auxiliar de informática Djalma Pereira de Araújo, 21. Na sequência, a família foi ao 93º DP (Jaguaré), acompanhada pelos seis outros garotos agredidos. O delegado Acácio Aparecido Leite registrou um boletim de ocorrência como lesões corporais dolosas seguida de desaparecimento. Leite comunicou o caso aos bombeiros, que mandaram uma equipe à raia olímpica para procurar o corpo do garoto. Os bombeiros fizeram uma "busca visual" nos 2.400 metros da raia e mergulharam em alguns pontos mais profundos, mas não encontraram o corpo. O delegado afirma estar certo de que houve a agressão. "Se seis crianças estão dizendo que foram agredidas pelo segurança, não dá para falar que não houve (a agressão)." Segundo ele, os garotos R.A.P., 14, E.R.S., 10, e E.R.S., 9, já tiveram comprovadas suas lesões no Hospital Universitário. Os outros três garotos devem passar por exame de corpo de delito. Quanto ao paradeiro de D.P.A., o delegado tem uma pista: "Acho que ele está escondido com medo dos seguranças". Texto Anterior: Alunos do 2º grau fazem exame do MEC amanhã Próximo Texto: Prefeitura promete apurar Índice |
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