São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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O melhor do Leste

MELCHIADES FILHO

Aqui, agora. Esse vem sendo o lema do New York Knicks ao longo desta década. Aqui, agora, parece que ele finalmente faz sentido.
Construída meticulosamente para destronar o Chicago Bulls, a equipe começa faminta o campeonato 97/98.
Não se deixe impressionar pela derrota de domingo para o Detroit. Os Knicks têm um trunfo valiosíssimo num torneio extenuante (oito meses) como o da NBA: o melhor banco de reservas da liga.
O time manteve o núcleo que vinha ampliando o cerco a Michael Jordan & Cia.
Continuam o superpivô Patrick Ewing, referência no ataque e na defesa, o ala-pivô Charles Oakley, responsável pelo trabalho sujo nos garrafões, e o armador John Starks, melhor reserva da NBA.
No ano passado, o dirigente Ernie Grunfeld abriu a carteira em busca de parceiros ideais para o trio. Com US$ 160 milhões, adquiriu três novos titulares: o ala Larry Johnson e os armadores Allan Houston e Chris Childs.
A gastança prosseguiu neste ano. Foram mais US$ 100 milhões -US$ 65 milhões na renovação do contrato de Ewing e US$ 35 milhões na aquisição de outros dois reservas de luxo, o ala Chris Mills e o pivô Chris Dudley.
Grunfeld também deu tranquilidade ao técnico Jeff van Gundy (o oitavo de Ewing), ao assinar um acordo de três anos e US$ 6 milhões.
Até parece, mas o dirigente não sofre da cuca. Sabe, sim, que seu produto só pode dar retorno a curto prazo.
Os joelhos de Ewing, 35, por exemplo, estão corroídos por 12 anos de NBA -em razão disso, nem pôde treinar nos últimos dois meses de 96/97.
Aos 26, Houston é o mais jovem -os 12 principais atletas do Boston, compare, possuem em média 24,4 anos.
Mas é exatamente essa experiência que faz do NY o adversário mais perigoso do Chicago. Os nova-iorquinos simplesmente não têm medo de Jordan. Pelo contrário, anseiam por enfrentá-lo.
Em 96/97, o duelo entre Knicks e Bulls na fase classificatória terminou empatado, com duas vitórias para cada.
Esperava-se um tira-teima na final da Conferência Leste. Mas, por questões disciplinares, ele não aconteceu.
"Nós fomos roubados", lamenta Ewing, acerca do quebra-pau no jogo contra o Miami que resultou na suspensão de cinco atletas do NY e que acabou custando a desclassificação da equipe.
"Vamos nos vingar agora", completa o pivô, que lidera o time mais raçudo da NBA -e mais violento também (24,8 faltas por jogo).
Hoje parece que só esse excesso de confiança pode afastar os Knicks da taça.
O time pensa Chicago, respira Jordan. Mas e se seu adversário não for o Chicago?

E-mail melk@uol.com.br

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