São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Direção da Ubes quer boicote ao provão experimental do 2º grau

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) tenta hoje boicotes localizados contra a edição experimental do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), promovido pelo Ministério da Educação.
O exame -que está sendo chamado de "provão do 2º grau"- começa a ser realizado de forma definitiva a partir do ano que vem, com estudantes de 3º colegial.
A realização, em 1998, será por adesão dos alunos. Mas, neste ano, a prova experimental será obrigatória para alunos do 3º colegial das redes estaduais de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Roraima e Goiás.
Hoje, haverá também a participação de algumas redes municipais, das escolas técnicas federais e de algumas escolas particulares. O exame experimental deverá ser feito por cerca de 660 mil alunos, 325 mil deles no Estado de São Paulo.
Serão aplicadas provas de português, matemática, física, biologia e química. As especificidades do exame experimental são que cada aluno só fará prova em uma das áreas e o resultado dos exames não será por estudante, mas por escola.
No ano que vem, só os alunos que optarem por isso farão o Enem, e a nota que tirarem poderá ser usada como critério de seleção alternativo aos vestibulares pelas faculdades e universidades.
É aí que entram as críticas da Ubes. "Para nós, o que tem de ser avaliado não é o aluno, mas a escola", afirma o secretário-geral da entidade, Israel Martins, 20.
A posição é semelhante à assumida pela UNE (União Nacional dos Estudantes) em relação ao Exame Nacional de Cursos, o provão, que há dois anos testa e dá notas a alunos do último ano de graduação universitária.
Rio de Janeiro
Segundo o secretário da Ubes, a diretoria da entidade está envolvida atualmente na preparação de seu congresso anual, que ocorre na semana que vem em Juiz de Fora (MG), e não pôde se dedicar à divulgação do boicote. Mas ele prevê manifestações, no mínimo, em escolas do Rio de Janeiro.
Pelo menos em São Paulo, houve uma certa desorganização na preparação do exame experimental. A direção do Grupo, associação que reúne 54 escolas particulares de São Paulo, afirma que tentou participar desse exame mas não obteve resposta do MEC.
O Sieeesp (sindicato de escolas particulares do Estado de São Paulo) enviou lista de escolas de 2º grau e também não obteve resposta. Ontem à noite, ainda era incerto o número exato de alunos e escolas que participarão.
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC que promove o exame, pelo menos duas escolas não poderão participar porque estão submetidas ao racionamento de energia elétrica.

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