São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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'Participação é legítima'

ROGÉRIO PANDA; ROBERTO COSSO
DA "FOLHA DA TARDE"

O prefeito Celso Pitta (PPB) prometeu, através de sua assessoria de imprensa, punir os funcionários que praticarem atos negativos à população, independentemente das relações que tenham com vereadores.
A assessoria do prefeito disse que "a orientação da administração é a de que todos os funcionários municipais são responsáveis por seus atos e respondem por eles, devendo ser substituídos quando tais atos se revelam negativos para a população. Essa orientação independe de ligações desses funcionários com terceiros".
Sobre o fato de os vereadores indicarem os administradores regionais, a assessoria informou que, de acordo com o prefeito, "os vereadores são parceiros legítimos no processo político do povo, é legítima essa participação deles".
Ressalta, porém, que "o critério da administração tem que ser o da competência, da probidade, do espírito público".
Pitta tentou acabar com o loteamento das administrações regionais no final do ano passado, mas não conseguiu.
Após várias críticas do secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, ao trabalho das regionais, o então prefeito eleito prometeu acabar com as indicações de vereadores e nomear técnicos para os cargos.
Os vereadores iniciaram uma rebelião contra o prefeito, retiraram R$ 340 milhões dos R$ 840 milhões previstos para o PAS e R$ 250 milhões dos R$ 300 milhões previstos para a implantação do fura-fila.
Além disso, ameaçaram criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar eventual superfaturamento nos túneis construídos na gestão Paulo Maluf (1993-96).
Para não ver a CPI instalada e as prioridades da prefeitura definidas pelos vereadores -como é previsto pela Lei Orgânica do Município-, Pitta foi obrigado a ceder, e os vereadores puderam indicar os regionais.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que Pitta não iria falar com a reportagem e indicou o secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, para comentar o caso. Savelli disse que, à época da rebelião, ele não era secretário e, portanto, não pode responder pelos fatos.
(RP e RC)

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