São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997 |
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Bebida estava em pote não apropriado Objeto, usado, já tinha armazenado produto químico CHRISTIANNE GONZÁLEZ
Com capacidade para 50 litros, o recipiente utilizado pelo comerciante possui um selo com o nome de uma empresa de produtos químicos de São Paulo. "Comprei esse vasilhame há dois anos na cidade de Serrinha. Ninguém me disse em que ele era usado antes", disse Lopes. Segundo Iraildes de Almeida Bispo, 26, seus pais morreram há duas semanas depois de consumir pelo menos sete litros da cachaça vendida no bar de Lopes. "Meus pais passaram a semana inteira bebendo a cachaça e acabaram morrendo no último dia 24, com muitas dores no estômago, cegueira e tontura." Iraildes Bispo contou que seus pais gritavam de dor no dia da morte. "Meu pai começou a sentir dores às 8h e quando o levei para o hospital, algumas horas depois, já não havia muito o que fazer. Ele morreu em seguida." A mãe de Iraildes, Maria Oscalina de Jesus, 57, morreu na noite do mesmo dia. "Enquanto estava no hospital com meu pai, ela continuou bebendo e só à noite sentiu os sintomas. Foi uma noite terrível. Ela urrava de dor e pedia que atirássemos água em seu corpo", disse Iraildes. Segundo José Miranda Lopes, Manoel Bispo Almeida (pai de Iraildes), 67, havia comprado cachaça em seu bar somente no dia anterior. "Vendi apenas um litro de cachaça para ele." Lopes disse também que a cachaça vendida ao casal foi adquirida na distribuidora de Gezildo Cerqueira Santana, 66. O comerciante não foi localizado ontem em Serrinha pela Agência Folha. Segundo sua mulher, Maria Alice dos Santos, 50, Gezildo tinha ido a Salvador. Texto Anterior: Exame detecta metanol em cachaça na BA Próximo Texto: 'Vasilhame tem cheiro de massa' Índice |
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