São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Polícia apura desaparecimento de quatro crianças em São Paulo

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Um homem que diz receber "mensagens do além" é o principal suspeito de ser o responsável pelo desaparecimento de quatro crianças de 5 a 8 anos em Rio de Claro (175 km a noroeste de SP).
Moradoras de bairros pobres, todas as crianças sumiram enquanto brincavam nas ruas das 13h às 15h. Até ontem, nenhum corpo foi achado. Os casos ocorreram entre 7 de dezembro do ano passado e 14 de julho de 1997.
Segundo a Delegacia de Pessoas Desaparecidas de São Paulo, o suspeito seria um homem que, após a perda de uma sobrinha, começou a autodenominar-se "mago". As "mensagens do além" o ordenariam a procurar "anjinhos".
Anderson Jonas da Silva, 6, foi a primeira criança a sumir. Seu caso é o único em que a polícia dispõe de uma testemunha. Em 7 de dezembro de 1996, o menino estava em frente de casa quando chegou um homem em uma bicicleta.
O pai do menino, o vendedor Romilto Elias da Silva, 29, havia saído para trabalhar. A testemunha contou à polícia que viu o menino passar sentado no quadro da bicicleta do suspeito.
O homem seria um branco com cabelos grisalhos e compridos, que usaria boné cinza e barba curta e que parecia ter mais de 40 anos.
A segunda vítima foi a menina Aline Santos Siqueira, 8. Ela desapareceu em 20 de dezembro de 1996. Aline havia saído de casa para brincar com uma amiga.
A terceira vítima também sumiu após sair para brincar. Alisson Maurício Nicolau Cristo, 6, desapareceu em 7 de fevereiro perto da barraca em que morava com os pais. Sua mãe, Silvana Nicolau Cristo, 26, disse à polícia que tentou investigar o sumiço do filho.
"Ela foi ameaçada de morte e mudou de cidade", disse o delegado Paulo de Tarso Roggiero, da Delegacia de Pessoas Desaparecida. Para ele e para a polícia de Rio Claro, os quatro desaparecimentos estão interligados, e o rapto das crianças foi cometido por uma mesma pessoa, pois as características dos casos são idênticas.
A última vítima a sumir foi Daniela Regina de Oliveira, 5. Ela não é vista desde 14 de julho quando brincava na rua.

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