São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Empresário acredita que o câmbio será preservado

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Jorge Gerdau, que controla o grupo siderúrgico Gerdau, está preocupado com as altas taxas de juros adotadas pelo governo para evitar a saída de recursos aplicados nas Bolsas de Valores por investidores estrangeiros.
Ele acha que o governo está mostrando "competência gerencial" para administrar a crise. Leia, a seguir, trechos da entrevista:
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Folha - Após as últimas turbulências no mercado financeiro internacional, como o sr. analisa os primeiros dias desta semana?
Jorge Gerdau - O Brasil está mostrando competência gerencial para administrar a crise. Por outro lado, vemos que há uma enorme tarefa pela frente para corrigir pendências, principalmente no campo das reformas constitucionais.
Folha - O governo utilizou a receita clássica de aumentar juros para evitar a saída de investimentos estrangeiros. Essas taxas preocupam a indústria?
Gerdau - É lógico que sim. Mas o mais importante é a preservação do Plano Real.
Folha - Qual seria o tempo ideal para a vigência desses juros altos?
Gerdau - Não somos nós que definimos a evolução dos fatos, mas o cenário mundial. É preciso ocorrer um processo de confiabilidade global do mercado. Acredito que a coisa ainda não está calma, porque ninguém pode saber o que milhares de investidores pensam.
Folha - O governo deverá realizar cortes orçamentários nas verbas de custeio. Também poderão ser adotados mecanismos de incentivo às exportações.
Gerdau - São medidas que qualquer um deve tomar e estão tecnicamente corretas. O Brasil precisa exportar mais para melhorar sua balança comercial.
Folha - O sr. acredita que o governo poderá desvalorizar o real?
Gerdau - Não. Acho que será mantida a política de juros, sem alteração na política cambial.

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