São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997 |
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Teixeira defende o passe na Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, disse ontem que a obrigatoriedade de transformação dos clubes em empresa "fere os princípios constitucionais da liberdade de associação e de autonomia desportiva".Segundo ele, a transformação em empresa deveria ser facultativa. As declarações foram feitas durante audiência pública realizada na comissão especial da Câmara que analisa a lei Pelé. Apesar do clima tenso entre os deputados durante as três horas de reunião, Teixeira contou com o apoio da maior parte dos integrantes da comissão quando criticou o prazo para a tramitação da lei. Ele alegou que, apesar da retirada do regime de urgência, o tempo ainda é insuficiente para debater a matéria, o que, na opinião dele, é fundamental. Caso a urgência não tivesse sido retirada, a matéria teria sido votada ontem. Além disso, Teixeira classificou o discurso do ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, de "demagógico" e respondeu às críticas de Pelé dizendo que, no futebol, não existe a falta de profissionalização, nem mesmo a incompetência da qual o ministro dos Esportes se queixou. O deputado Marquinho Chedid (PSD-SP) foi mais fundo nas críticas e levantou a suspeita de que o ministro dos Esportes estaria recebendo deputados em seu gabinete e liberando verbas, fora do Orçamento, na tentativa de fazer um lobby para a aprovação do projeto. Segundo o deputado Ricardo Gomyde (PC do B-PR), a comissão está articulada para constranger qualquer opinião a favor da lei Pelé. Durante a discussão, os deputados Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ), vice-presidente da comissão, e Tony Gel (PFL-PE), relator, foram duramente criticados por defender a lei. Quanto à extinção da lei do passe, um dos pontos mais polêmicos da matéria, o presidente da CBF disse ser a favor somente nos casos de transferência entre clubes brasileiros ao término do contrato do jogador. No caso de transferências para clubes estrangeiros, Teixeira sugere que a lei seja mantida. Caso contrário, afirmou que a saída de jogadores para o exterior será "devastadora, comprometendo o futebol brasileiro com a fuga de patrocinadores, desinteresse da TV e estádios vazios". Hoje, o ex-jogador de futebol e ex-secretário de Esportes Zico estará na comissão para discutir a matéria. Segundo Ricardo Teixeira, 82% do projeto do ministro Pelé são baseados na Lei Zico, já em vigor, o que, mais uma vez, não justifica a pressa na votação. Texto Anterior: Na Copa, time deve jogar mais à noite Próximo Texto: Mansur é o símbolo da má gestão no futebol Índice |
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