São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997 |
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Governo quer criar museu para Menem Objetivo é consolidar a memória democrática LÉO GERCHMANN
A era Menem se encerra daqui a dois anos, quando haverá uma eleição da qual ele não poderá participar, já que a Constituição permite apenas uma reeleição. A intenção de construir o museu se justificou ainda mais, na opinião dos seus defensores, desde ontem, dia que entrou para a história argentina como o do momento em que o país alcançou o período mais longo vivendo numa democracia (leia texto abaixo). O museu seria construído na cidade de origem do presidente, Anillaco, província de La Rioja. O projeto teria de ser aprovada pelo Congresso argentino. A sua criação está passando por estudos técnicos no Ministério da Justiça, que quer usar alguma fórmula legal semelhante à utilizada nos EUA, onde os presidentes têm museus que funcionam como fundações. "A obra não seria personalista. O interesse em torno dela existe em função da necessidade até mesmo didática para as crianças de hoje de perpetuarmos a memória democrática, eternizando aqueles governos que foram eleitos pelo voto direto do povo", definiu o titular da Secretaria Legal e Técnica, Félix Borgonovo, um dos principais incentivadores do projeto. Segundo ele, quem era criança ou pré-adolescente em 89, quando Raúl Alfonsín assumiu o governo após uma ditadura militar que abusou da violência e da censura durante sete anos, não tem a dimensão do quanto foi importante a conquista da democracia. O objetivo do governo seria "consolidar a memória democrática". Para dar a caracterização de "monumento à democracia", a previsão é de que seja construído outro museu, no município de Chascomús (província de Buenos Aires), para o antecessor de Menem, o próprio Alfonsín, adversário político do atual presidente e também eleito pelo voto direto. Menem é peronista (PJ). Alfonsin, que é radical (UCR), integrou a aliança que, no último dia 26, venceu as eleições legislativas. A opção de criar também um museu para a administração de Alfonsín pode ter, também, seu aspecto estratégico. A idéia poderia ser bem recebida pelos deputados da UCR, o segundo partido com maior bancada no Legislativo, o que facilitaria a aprovação do projeto. Texto Anterior: Boca-de-urna dá vitória para Giuliani Próximo Texto: Democracia é recorde no país Índice |
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