São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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IML promete laudo em 15 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo, Francisco Claro, afirmou ontem que os exames necroscópicos realizados no corpo do estudante Daniel Pereira de Araújo, encontrado morto na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo), devem ficar prontos dentro de 15 dias.
A previsão de conclusão dos exames é contestada pelo delegado Francisco Basile, que preside o inquérito sobre o caso.
Ele se reuniu ontem pela manhã com o médico-legista responsável pelos exames e declarou que o laudo deve ficar pronto somente em 60 dias.
O diretor do IML se recusou a revelar as impressões iniciais do médico-legista. "O laudo não pode ser divulgado. Isso é lei. Daqui ele vai sair direto para as mãos do delegado do caso."
Segundo Claro, o corpo do estudante foi minuciosamente examinado, fotografado e radiografado. Também foram colhidos materiais, como sangue e vísceras, para serem encaminhados a exames laboratoriais.
Os exames necroscópicos, de acordo com Claro, só não vão poder determinar exatamente o momento da morte.
"Como estava dentro da água, o corpo ficou muito macerado e inchado. Por isso, fica muito mais difícil saber o momento da morte. Mas o período em que o corpo ficou na água não vai atrapalhar os exames com relação à causa da morte", afirmou.
O laudo do IML também irá revelar se Araújo foi espancado, como suspeitam seus familiares e amigos. Exames de corpo de delito feitos em quatro adolescentes que acompanhavam o estudante no dia em que ele desapareceu confirmaram que ele sofreram agressões. Esses exames foram encaminhados ontem ao delegado.
Basile se reuniu pela manhã com o médico-legista que vai confeccionar o laudo e pediu a realização de exames para descobrir se o corpo sofreu alguma fratura e se o estudante foi amarrado ou baleado.
Ele disse que pretende evitar uma futura exumação. "Pedi todos esses exames porque não dá para aceitar a versão de afogamento e desprezar todas as outras possíveis versões para a morte."

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