São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Comerciante nega fabricação do produto

DA AGÊNCIA FOLHA EM SALVADOR

Principal suspeito de ter fabricado a cachaça que estaria contaminada por metanol, o comerciante Mário Nascimento Souza, 74, negou ontem ter vendido o produto para o distribuidor Gezildo Cerqueira Santana.
Segundo a Vigilância Sanitária, a cachaça distribuída por Gezildo Santana é a principal suspeita de ter provocado a morte de 11 pessoas em Serrinha (173 km de Salvador/BA), nos últimos 20 dias.
"Eu não vendi cachaça a Gezildo Santana. Deixei de fabricar esse produto há cinco anos", disse Mário Souza.
Souza informou que, atualmente, apenas engarrafa e distribui cachaça produzida por empresas credenciadas pelo Ministério da Agricultura em Goiás, Minas Gerais e Sergipe.
"Esse comerciante (Gezildo) deve ter comprado cachaça de atravessadores que vendem o produto nas estradas a um preço menor."
A mulher de Gezildo Santana, Maria Alice dos Santos, 50, reafirmou ontem que seu marido adquiriu a cachaça suspeita de contaminação no estabelecimento de Mário Souza.
Até ontem à tarde, Gezildo Santana ainda não havia retornado de uma viagem a Salvador, segundo sua mulher.
O chefe de fiscalização do Ministério da Agricultura da Bahia, Osmar Alexandria Batista, disse ontem que a empresa MS Engarrafadora e Transportes Ltda., que pertence a Mário Nascimento Souza, não tem licença para fabricar cachaça.
"A empresa foi fiscalizada recentemente e não encontramos nenhum indício de fabricação do produto. O que a MS faz é adquirir, engarrafar e revender o produto." Segundo Batista, técnicos do ministério vão fazer nova inspeção na empresa nos próximos dias.
Segundo Maria Alice, seu marido tem as notas fiscais que comprovam a compra do produto.

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